É preciso antes de tudo observar o seguinte: estas aparições são principalmente as de Fátima (1917), de Nossa Senhora a Santa Catarina Labouré, na Rue du Bac,140, em Paris (1830); em La Salette (1846); a Santa Bernadette, em Lourdes (1858), em Guadalupe (1531). Segundo os melhores teólogos, quando Maria apareceu nos citados acontecimentos seu corpo glorioso permanecia no céu e no lugar da aparição só havia uma forma sensível que a representava. É o que explica, inclusive, como ela apareceu ora sob uma forma, ora sob outra. A possibilidade de tais fenômenos está incluída dentro da possibilidade do milagre. Deus, Autor da natureza, Ser Supremo, pode abrir exceções às leis que Ele mesmo impôs aos elementos, desde que para tanto, haja motivo proporcionalmente importante. Adite-se que tais aparições, ainda que reconhecidas e até solenizadas na Liturgia pela autoridade da Igreja, não se impõe, obrigatoriamente, à fé dos católicos, pois ficam fora do depósito da revelação pública e universal. A Igreja não considera herético o católico que não as aceitasse. Seria, porém, uma atitude temerária, arrogante e soberba a negação de tais fenômenos, pois a Igreja não costuma tomar posições afoitas e o posicionamento dos Papas é sumamente significativo, indo, até mesmo, alguns deles pessoalmente venerar Nossa Senhora, invocada com tanta confiança nos lugares onde se deram as aparições. O processo de reconhecimento passa normalmente pelo exame feito a nível diocesano quando são examinadas todas as circunstância envolvendo o fato, a começar pela idoneidade dos videntes. Feito isto com extremo rigor científico, o processo, chegando a Roma, passa pelo crivo de uma criteriosa comissão. Foi o que se deu, por exemplo, com a aparição a Santa Bernadete em Lourdes:
Quatro anos depois das aparições, o Bispo de Tarbes, em 18 de Janeiro de 1862, declara-as como autênticas. À entrada da basílica da Imaculada Conceição, pode ler-se gravada em mármore a declaração solene do Bispo das Aparições, D. Laurence: “Julgamos que a Imaculada Maria, Mãe de Deus, apareceu realmente a Bernadette Soubirous, em 11 de Fevereiro de 1858 e nos dias seguintes, por dezoito vezes, na gruta de Massabielle, perto da cidade de Lourdes; que está revestida de todas as características da verdade, e que os fiéis têm fundamento em tê-la como certa. Submetemos humildemente o nosso juízo ao Juízo do Soberano Pontífice que está encarregado de governar a Igreja universal”. Como foi dito acima, o reconhecimento significa que não foi verificado nada contrário à fé. As aparições de Nossa Senhora sempre tiveram como objetivo chamar a atenção dos fiéis para sua espiritualização, a santidade de vida, a observância dos mandamentos e tudo se resume na Penitência e na Conversão interior.