Apostemos sempre em Deus! Em Deus está a nossa segurança!

    Chegamos a mais um mês de agosto. No Brasil o mês de agosto é eminentemente vocacional. Já iniciamos o mês de agosto rezando por nossos sacerdotes, considerando que na segunda-feira, dia 04 de agosto, celebramos a Festa de São João Maria Vianney, patrono de todos os sacerdotes. Esta recordação nós a fazemos com o primeiro domingo de agosto, o 18º. Domingo do Tempo Comum, que estamos celebrando.

    A vida é o bem mais precioso que Deus nos ofereceu. Não podemos dar-nos ao luxo de a desperdiçar. Como devemos viver para que a nossa vida faça sentido? A Palavra de Deus que escutamos neste domingo convida-nos a refletir sobre esta questão. Alerta-nos contra as opções que conduzem a becos sem saída; aponta-nos os caminhos que levam à plena realização.

    No Evangelho – Lc 12,13-21 – Jesus, através da parábola do “rico insensato”, denuncia a falência de uma vida voltada exclusivamente para o gozo dos bens materiais. Quem aposta tudo no conforto, no bem-estar, na segurança que o dinheiro proporciona, é um “louco”. As suas opções irresponsáveis levam-no a passar ao lado das coisas mais belas da vida, das coisas que realizam o homem e lhe proporcionam uma felicidade sem fim. Herança, riqueza, sucesso são “valores” que podem pôr em risco a comunhão com Deujs e a solidariedade com os irmãos. Quem idolatra os próprios tesouros é um “louco”, diz Jesus. A leitura é severa crítica contra o acúmulo da riqueza nas mãos de poucos. Ela questiona o que se faz com as riquezas e o acúmulo.

    Na primeira leitura – Ecl 1,2; 2,21-23 –, um sábio de Israel (o “Cohelet”) oferece-nos a sua reflexão sobre o sentido da vida. O Eclesiastes, nos insere na realidade: “vaidade das vaidades! Tudo é vaidade!” Com pessimismo, mas também com realismo, constata que não vale a pena o homem afadigar-se a acumular bens que um dia abandonará. Esses bens nunca encherão de sentido a vida do homem. Embora a reflexão do “Cohelet” não vá mais além, constitui um patamar para partirmos à descoberta de Deus e para encontramos n’Ele o sentido último da nossa existência. A leitura exprime um espírito ávido de Absoluto. Além disso, procura conscientizar as pessoas das melhores escolhas a fazer e questiona o acúmulo de riqueza,

    Na segunda leitura – Cl 3,1-5.9-11 – São Paulo convida-nos a optar pelas “coisas do alto”, em detrimento das “coisas da terra” (brilhantes e sugestivas, mas também efémeras e fúteis). Aquele que, no batismo, foi enxertado com Cristo, tem de viver de tal forma que seja, no meio dos seus irmãos, “imagem do Criador”. O cristão busca as “coisas do alto” – ou seja, os valores que Jesus viveu e pregou ao longo de sua vida: o amor, a justiça, a solidariedade… – e são convidados a abandonar as “coisas terrenas”, isto é, os valores contrários ao projeto de Jesus. O “homem novo” faz parte da nova criação, trazida pelo Ressuscitado.

    A pergunta que deve permear esta liturgia e a nossa semana é esta que herança devemos deixar? O alerta da liturgia é que fiquemos bem longe da ganância. Num mundo que prega o consumismo desenfreado, o acúmulo de bens, à busca de privilégios e de prazeres desordenados a ânsia de possuir torna-se doentia. Tudo isto endurece os corações. O risco é entender ser normal servir, ao mesmo tempo, a Deus e às riquezas. Jesus, porém, adverte: “Não podeis servir a dois senhores; a Deus e ao dinheiro” (Lc 16,13).  O Evangelho de hoje previne: “mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens” (Lc 12, 15).

    Há uma riqueza que agrada a Deus: a misericórdia e a compaixão! Essa riqueza não é obtida com disputas, divisões ou acúmulo, mas com a partilha. Não a cada um segundo seus méritos, mas a cada um segundo as suas necessidades (cf. Mt 20,14). Evitemos a ganância. Para buscar os bens eternos, uma vida junto de Deus devemos aspirar as coisas de Deus: “esforçai-vos por alcançar as coisas do alto” (Cl 3,1). É rico quem partilha e vive a solidariedade, a misericórdia e a compaixão. Essa é a herança que devemos deixar: ser compassivos e misericordiosos.

    Neste dia queremos rezar por todos os padres, os nossos párocos, os vigários, os colaboradores, os formadores de seminário, e, sem se esquecer daqueles que sofrem, são perseguidos, marginalizados e estão privados do exercício de seu ministério. O sacerdote é na essência o comunicador da misericórdia de Deus. Reze pelo seu padre e, na medida do possível, lembre de estar junto dele neste dia! Amém!

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