A live promovida pela Edições CNBB nesta segunda-feira, 13 de julho, vai refletir sobre o verbo “amazonizar”. O termo já difundido pelos agentes de Pastoral da região Amazônica e também entre os membros da Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam-Brasil) ganhou força com o Sínodo Especial para a Amazônia, realizado no ano passado, e deu nome a uma coleção de publicações da editora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Será possível acompanhar a transmissão ao vivo pelas redes sociais da Edições CNBB a partir das 15h.
Participam da live o bispo emérito do Xingu (PA) e vice-presidente da Repam-Brasil, dom Erwin Kräutler, a assessora da Repam-Brasil Márcia Maria de Oliveira e o coordenador de articulação da REPAM-Brasil, Leon Souza. Os três vão dialogar e favorecer a reflexão sobre questões práticas de como viver e propagar o verbo amazonizar. Também tratarão sobre sinodalidade, as mulheres na Igreja e a acolhida das reflexões do Sínodo para a Amazônia.
Amazonizar
Ainda durante a preparação do Sínodo para a Amazônia, Márcia Oliveira escreveu artigo – publicado no portal Amazonas Atual – no qual fala da invenção do verbo amazonizar. A doutora em Sociedade e Cultura na Amazônia conceitua o novo vocábulo, primeiramente, como verbo de ação que indica “um extenso e intenso processo de estudo e conhecimento da Amazônia”. Mas a palavra também tem sentidos diferentes em contextos próprios, de acordo com Márcia.
“No campo político, é uma resposta ao disparate economicista da internacionalização da Amazônia. […] Evoca respeito às identidades culturais forjadas a partir da relação de respeito e de convivência com a natureza”. Também é evocado, em alguns contextos da região, “como memória de resistência a um processo intenso de violência praticado contra a Amazônia desde a colonização”.
Em debates mais específicos, realizados nos diversos fóruns do Processo Sinodal, situa Márcia, o verbo amazonizar representa “um esforço coletivo para tornar conhecidas as inúmeras experiências de convivência com a Amazônia, tanto no campo como nas cidades”.
“Amazonizar também representa um projeto de convivência que os povos Afroameríndios denominam Bem Viver que se contrapõe ao entendimento do significado do progresso técnico e industrial desenvolvido na Amazônia pelos grandes empreendimentos empresariais economicistas que vêm provocando imensuráveis processos de degradação da natureza e da biosfera que tem como referencial a mundialização do mercado econômico, sem regulação externa que cria pequenas ilhas de riquezas, mas também zonas crescentes de miséria, pobreza e exclusão social e econômica”.
Coleção “Amazonizar”
A coleção “Amazonizar”, referência do bate-papo de hoje, é desenvolvida pela REPAM-Brasil em parceria com as Edições CNBB e já conta com dois volumes publicados: Nossa Mãe Terra (vol 1) e Por uma Igreja com rosto amazônico (vol 2). Há outros dois volumes em fase de organização.