ALEGRIA EM PLENITUDE

                Não sou e nunca fui usuário de drogas ilícitas. Mas, ao que parece, são elas o instrumento circunstancial de uma alegria passageira e uma euforia fora dos padrões  da triste realidade dos que desconhecem qual seja a verdadeira alegria. Já no tempo de Cristo eram muitos os que buscavam essa plenitude e tudo faziam para vivenciá-la ou ao menos encontra-la num hiato de suas vidas atribuladas e pesarosas. Todos queriam experimentar um mínimo dessa alegria. Todos tinham, nesse estado de espírito, uma ideia de júbilo ou alivio pela triste realidade de uma sociedade injusta e opressora que cerceava suas vidas, sua dignidade mínima…

                Assim podemos definir uma vida sem os limites traçados por Deus: uma droga. Só os mandamentos, a licitude de uma vida em consonância com os ensinamentos deixados por Jesus, é que nos unem aos planos divinos e devolvem nossa dignidade de filhos de Deus. É este o centro dos ensinamentos cristãos: “Eu vos disse tudo isso para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena” (Jo 15,11). O resto é resto. É droga pura.

                Quem assim nos diz deu sua vida por nós! Resgatou-nos e nos devolveu sua amizade ao preço do seu próprio sangue. Eliminou a condição da servidão humana, escravidão aos vícios e pecados; libertou-nos da prisão demoníaca capaz de roubar a própria dignidade e identidade de filhos diletos do Pai que nos criou. E nos elevou à condição de amigos, porque nos revelou tudo que o Pai, dele e nosso, espera de cada um de nós. Dele nos tornamos amigos! Dele recebemos o privilégio da escolha, da graça, da alegria em bem servir aos projetos que dão sentido à nossa existência, que priorizam resultados bem mais consistentes e saborosos do que possamos imaginar, graças. Somos mais do que pensamos ser. Temos a capacidade de reconstruir o sentido da vida com os critérios que nossa fé ensina. E ela apenas dos diz: Peçam e receberão, busquem e encontrarão!

                Essa é a grande alegria do cristão coerente com sua fé. A certeza da força do amor que nos rege  e nos basta. Mesmo em meio às contradições humanas, ao torpor passageiro das tantas drogas lícitas ou ilícitas, às crenças fantasmagóricas, às ilusões filosóficas ou passageiras, aos modismos circunstanciais, ao fanatismo pelos ídolos de carne tão ou mais pútrida do que nossa própria, aos ideais limitados pelos trampolins da competição social, a tantas e tantas limitações que a vida nos impõe, nossa alegria é maior porque “tudo posso Naquele que me conforta”, confessou-nos um dia o “grande amigo de Deus”, o apóstolo que um dia o perseguiu… e encontrou! A vida de Paulo tem muito de todos nós.

                Portanto, a alegria verdadeira é o rótulo da fé verdadeira. Se vivemos essa plenitude de  corpo e alma, se realmente nosso amor supera nossas dores e limitações terrenas, nada mais temos a lamentar, ou injuriar, ou rejeitar, ou blasfemar, ou reclamar. Porque nossa alegria é plena e nossa vida passageira.

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