A Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) enviará nesta semana uma ajuda de emergência para os cristãos na Síria no valor de 190 mil euros (aproximadamente 600 mil reais), em resposta a um apelo dramático do Bispo de Alepo, Dom Antoine Audo, que descreveu uma cidade destroçada e uma comunidade cristã que atravessa enormes dificuldades, com muitas casas destruídas por bombardeios e a necessidade de ajuda imediata a muitos feridos.
A situação local tem se agravado com a chegada do Inverno, piorando a destruição causada pela impiedosa guerra civil.
Esta ajuda de emergência, decidida a nível internacional pela AIS, destina-se principalmente ao apoio médico para os feridos, a reparação de casas danificadas pelos combates e o fornecimento de mantimentos, combustível e, também, de algum dinheiro para apoio imediato de famílias que se encontram na absoluta miséria, pois perderam todos os bens e precisam de um local para ficar.
Parte desta verba, cerca de 90 mil euros, vai para as Irmãs de Jesus e Maria, que têm a seu cargo o apoio direto a quinhentas famílias necessitadas, enquanto 50 mil euros se destina à reparação urgente das casas destruídas. 50 mil euros serão canalizados para o tratamento de feridos no hospital de St. Louis, em Alepo, um pedido especial do Bispo Audo.
Não só em Alepo, outras comunidades cristãs precisam de ajuda após serem encurraladas numa guerra civil que tem destruído a Síria. Numa carta enviada no final do mês de janeiro à AIS, a irmã Annie Demerjian da congregação das Irmãs de Jesus e Maria, levantou a urgente necessidade de se apoiar também a comunidade cristã na cidade de Hassake, no norte do país.
O apoio direto da Ajuda à Igreja que Sofre a esta congregação iniciou-se há um ano, desde então tem, cada vez mais, se mostrado insuficiente, pois o número de pessoas que recebem assistência de emergência das Irmãs mais do que duplicou. Completa irmã Annie: “Sentimos a enorme necessidade de continuarmos com o trabalho de assistência às famílias cristãs desesperadas e impotentes perante o rumo dos acontecimentos”.
Apelando por uma intervenção da AIS, irmã Annie relatou: “Infelizmente, o custo de vida ficou muito caro devido à falta de quase tudo, especialmente de energia. É quase um sonho pensar na possibilidade de se obter gás ou combustível nestes dias de inverno tão rigoroso”.
Um dos objetivos da Igreja Católica local é apoiar os cristãos que desejam permanecer na região apesar das dificuldades e do risco que correm. “Embora a situação seja dramática, as pessoas não querem abandonar as suas casas e, por isso, para que elas não sejam obrigadas a emigrar, estamos tentando ajudá-las a sobreviver até que esta crise esteja superada”, escreveu ainda a irmã Annie, que não deixou de agradecer aos benfeitores da AIS: “Graças à solidariedade e compaixão dos amigos e benfeitores da Ajuda à Igreja que Sofre conseguimos ajudar os feridos neste conflito e estamos buscando reconstruir alguma esperança em Alepo e Hassake. Sem a vossa ajuda – prossegue – não poderíamos aliviar o sofrimento de tantas mulheres, crianças e idosos, nesta situação miserável em que nos encontramos na Síria”.
Desde que se iniciou a guerra civil, há três anos, a AIS já disponibilizou cerca de 2,7 milhões de euros (aproximadamente 8,5 milhões de reais) para a Síria, o que significa uma das maiores operações de apoio à Igreja necessitada desde que a instituição foi fundada, em 1947, pelo padre Werenfried van Straaten.
Fonte: Ajuda à Igreja que Sofre
Local: São Paulo