Agosto Vocacional

    O mês de agosto é um dos meses temáticos. Além da liturgia, que nos orienta a cada dia, temos temas mensais, semanais, anuais e diários. Este, que é caracterizado como o mês vocacional, foi instituído pela CNBB na sua Assembleia Geral de 1981. Trata de todas as categorias de vocações da vida cristã. É uma experiência que vem dando bons resultados em todo o país. De maneira diferenciada, podemos afirmar que todas as nossas comunidades o celebram. Quando se aproxima agosto, “Mês Vocacional”, surge a pergunta: O que podemos fazer para dinamizá-lo? A proposta deve ser que justamente neste mês todas as comunidades possam perceber a importância da identidade e da missão vocacional de cada um de nós e, com isto, possam trabalhar com afinco o tema da “vocação” durante o restante do ano.
    O termo “vocação” vem da palavra latina “vocare”, que quer dizer chamar. No contexto cristão, dizemos que o vocacionado é uma pessoa que discerniu em si a vontade de Deus. É uma inclinação interna, que supõe um seguimento, uma resposta concreta de ação e vida.
    Na história concreta da existência das pessoas, um dado fundamental que as identifica é o seu estado de vida, a escolha que cada uma faz e assume na expectativa da felicidade. Aqui várias nuances ocorrem, seja com relação à vocação, seja com relação à profissão. Nem sempre podemos dizer que uma profissão é propriamente uma vocação. Muitas pessoas realizam aquilo que não coincide com o que gostariam de fazer. Seria uma vocação errada ou falta de oportunidade para exercer realmente o que gostariam? Na verdade, fazemos bem alguma coisa quando temos vocação para tal. Vocação tem a ver com a intensidade com que fazemos algo e a felicidade que daí podemos conseguir. Portanto, a medida da vocação está na amplitude da felicidade vivenciada.
    O Mês Vocacional tem alguns objetivos gerais e operacionais: criar consciência vocacional; despertar todos os cristãos para suas responsabilidades na Igreja, assumidas no Batismo; envolver todas as pastorais para a importância da Pastoral Vocacional na Pastoral Orgânica da Igreja Local; enfatizar que todos os membros da Igreja, sem exceção, têm a graça e a responsabilidade do cuidado pelas vocações; privilegiar um tempo na Igreja para uma pregação direta sobre o mistério da vocação na Igreja, sobre o valor do sacerdócio ministerial, e sobre a sua urgente necessidade para o Povo de Deus;  para responder eclesialmente ao mandato do Senhor: “De fato a colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Peçam ao dono da plantação que mande mais trabalhadores para fazer a colheita” (Mt 9,37-38).
    No primeiro domingo destacamos o Dia do Padre, que hoje o Diretório Litúrgico chama de semana de orações para o ministério ordenado – bispos, padres e diáconos. O Dia do Padre é motivado pela festa de São João Maria Vianey, celebrada no dia 04 de agosto, padroeiro dos párocos e também padroeiro de todos os padres. Aqui na nossa Arquidiocese, os sacerdotes, reunidos na Igreja de São Pedro dos Clérigos, consagraram o seu ministério à Virgem Maria, venerando a imagem peregrina de Nossa Senhora de Nazaré.
    No segundo domingo celebramos o Dia dos Pais, e recordamos, então, o chamado a gerar vida, a continuar com a obra criadora de Deus. Ser pai e ser mãe, constituir família, assumir um estado de vida na Igreja. Lembramos que cabe aos pais a educação primária de seus filhos nos rudimentos da fé católica. Inicia-se neste domingo a Semana Nacional da Família. Em nosso Diretório Litúrgico, este domingo do Dia dos Pais inicia a semana de orações para a vocação da vida em família.
    No terceiro domingo celebramos a vocação consagrada, feminina e masculina, motivados pela festa da Assunção de Maria, modelo de todos aqueles que dizem sim ao chamado de Deus para uma entrega total. Aqui nos recordaremos do belo testemunho da vida religiosa e incluímos todos os novos tipos de consagração.
    No quarto domingo trazemos presente todos os ministérios leigos, a vocação de todos os batizados. É a semana de oração pelas vocações para os ministérios e serviços na comunidade. Embora celebremos o “dia do leigo” no último domingo do ano litúrgico, aqui também nos recordamos da missão do cristão leigo no mundo, na sociedade.
    No último domingo (neste ano o quinto) celebramos e agradecemos a Deus a generosidade dos catequistas. É o Dia Nacional do Catequista. Louvamos pela sua vocação e missão. Todos nós recordamos com gratidão de nossos catequistas. Rezemos para que neste tempo de implementação do “rito da iniciação cristã” tenhamos animados catequistas discípulos missionários do Senhor.
    Já na véspera do dia dos catequistas, estaremos reunidos, como acontece sempre, no último sábado de agosto, na nossa tradicional Romaria Arquidiocesana à Aparecida. Tempo de agradecer, de peregrinar, de pedir, de louvar. O meu convite pessoal para que todos participem com unção e alegria de todos os momentos de nossa romaria: terço na praça, missa no Santuário, Via Sacra no morro do cruzeiro.
    São muitos os vocacionados na sociedade, cada um dentro de seus objetivos de vida concreta e com oportunidade de fazer o bem na construção de um mundo melhor e mais saudável para todos. Na Igreja, louvamos a Deus por todas as vocações! Percebemos a mão e a voz de Deus a nos conduzir e chamar.
    Não é difícil ver quem realmente é vocacionado. As suas ações são fecundas e benéficas para os outros. Ele põe vida no que faz e se identifica com sua ação. Caminha firme, sem medo e sem vacilar, porque está seguro da própria identidade e missão. Durante este mês, destacamos vários santos ligados à vocação: São João Maria Vianney (o Santo Cura d’Ars, patrono dos padres, dia 04); São Domingos (08); São Lourenço, padroeiro dos diáconos (10); Santa Clara (11); Santo Ezequiel Moreno (19), São José de Calasanz (dia 25); Santa Mônica (dia 27) e Santo Agostinho (dia 28), entre outros.
    Que as Obras das Vocações, a equipe Serra, a pastoral vocacional e toda a equipe de animação vocacional, vivenciando toda essa dimensão, possam ajudar toda a Igreja a discernir e viver a sua vocação à santidade e as diversas vocações específicas nos vários serviços necessários para a vida eclesial e para que a Igreja presente no mundo seja o sacramento universal da salvação.
    A vocação é a resposta de Deus providente a uma comunidade que reza. Rezemos pelas vocações e façamos tudo o que estiver ao nosso alcance para cumprir o mandato de Jesus: “Pedi ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe” (Mt 9,38).