Kinshasa (Agência Fides) – Eleições presidenciais e legislativas em novembro de 2018. O anúncio do Presidente da Comissão Eleitoral Independente (CENI), Corneille Naanga, foi feito aos participantes do diálogo nacional que procura uma solução para a crise política da República Democrática do Congo (RDC). Naanga afirmou que são necessários à CENI 504 dias a partir de 31 de julho de 2017 (na conclusão da atualização e verificação das listas eleitorais) para organizar as eleições presidenciais e legislativas, nacionais e provinciais.
A oposição criticou o prazo de tempo pedido pela CENI afirmando que nas últimas eleições foram necessários 5-6 meses para organizar o pleito.
A CENI é acusada de não ser imparcial e de se submeter ao atual Presidente, Joseph Kabila, cujo segundo mandato expira em 19 de dezembro deste ano e que não se pode recandidatar para obter um terceiro mandato.
O adiamento de dois anos das eleições presidenciais e legislativas permitirá a Kabila permanecer no poder, com base em uma controversa sentença da Corte Constitucional que estabelece que caso as eleições sejam adiadas, o Chefe de Estado em serviço permanece no cargo até a eleição de seu sucessor (veja Fides 25/5/2016).
O medo da oposição é que nos dois anos de adiamento de seu mandato, Kabila consiga alterar a Constituição para lhe permitir uma nova candidatura e um terceiro mandato.
Enquanto aumenta a tensão entre maioria e oposição, a Conferência Episcopal Nacional do Congo (CENI) publicou uma mensagem intitulada “Não calarei pela RDC”, na qual exorta as partes a “atuar gestos de valor para desbloquear a situação, criando um quadro inclusivo para acomunar as diferentes opiniões”.
Fonte: Agência Fides