Abuja (Agência Fides) – “Louvamos os seus esforços para combater Boko Haram e a corrupção. Auspiciamos que justiça seja feita segundo a lei, sem que hajam ilhas de impunidade”, afirmou Dom Ignatius Ayau Kaigama, Arcebispo de Jos e Presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, em discurso por ocasião da visita dos Bispos ao Presidente nigeriano Muhammud Buhari, realizada em 2 de maio.
Referindo-se a Boko Haram e à corrupção, Dom Kaigama os definiu “dois monstros que ameaçam desestabilizar a Nigéria e destruir o crescimento e o desenvolvimento da nação”. Em seu discurso, cujo texto foi enviado à Agência Fides, o Arcebispo de Jos destaca os esforços da Igreja católica para levar ajuda às populações obrigadas a fugir das violências da seita islâmica. “De modo especial – recordou – os Bispos de Maiduguri e de Yola, como os de outras partes do país, hospedaram um grande número de desalojados internos. A Caritas nigeriana enviou uma delegação aos Camarões, com uma significativa quantidade de ajudas para socorrer milhares de nigerianos que estão refugiados naquele país”.
O Presidente da Conferência Episcopal citou também os recentes massacres dos estados do sul, como os ocorridos em Agatu e Nimbo (veja Fides 2/5/2016), atribuídos a pastores Fulani, que seriam responsáveis também pelo fracassado atentado contra o automóvel em que viajava o Card. John Olorunfemi Onaiyekan, Arcebispo de Abuja.
Segundo Dom Kaigama, é preciso fornecer ajuda seja aos pastores que enfrentam dificuldades por causa das mudanças climáticas (veja Fides 2/5/2016) seja aos agricultores, também para criar uma economia menos dependente do petróleo. Ao mesmo tempo, ele afirma que “os ataques armados e os massacres se tornaram uma ameaça nacional, ao ponto que se deve considerá-los como uma insurgência e tratá-los como tal”.
Dom Kaigama lamentou enfim a falta de apoio do Estado às escolas católicas, definidas “escolas missionárias”, porque fornecem uma educação de qualidade a todos que a pedem, sem discriminações, e as enormes dificuldades para construir locais de culto cristãos nas universidades federais nos estados do Norte, de maioria muçulmana, assim como novas igrejas nas mesmas áreas.
“Pedimos que encoraje os governos daqueles Estados a impor o respeito da liberdade de religião inscrita na nossa Constituição”, pediu Dom Kaigama ao Chefe de Estado.
Fonte: Agência Fides