“Estou à procura de outros profissionais como médicos, contadores e dentistas que também queiram participar do projeto”
“Percebi que essas pessoas também precisavam de informação, então separei um dia por mês para oferecer assistência jurídica gratuitamente. Ouvimos muito a respeito delas na época, mas o tempo passou e foram completamente esquecidas. Muitas foram abandonadas pelo marido após o nascimento do bebê, não recebem pensão alimentícia e a maioria não conseguiu o benefício do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)”.
O benefício é garantido por lei a crianças com microcefalia, mas pode ser retirado se a família ultrapassar o limite de renda mensal de um quarto do salário mínimo para cada pessoa da casa. No entanto, em setembro, uma medida provisória garantiu pensão vitalícia às crianças que nasceram entre 2015 e 2018 – mas muitas mães ainda não estão sabendo.
Uma dessas mães era Cileia Ribeiro dos Santos, de 36 anos. Seu filho Heryson Yula nasceu com a malformação congênita em 2016 e ela não recebeu a pensão prometida pelo governo porque, na época, estava empregada e o valor recebido superava o teto previsto pela legislação. Mas ela perdeu o emprego e está esperando seu caso ser analisado. Heryson até hoje não fala. Cileia não sabe que outras condições cognitivas ele apresentará.
“Só vou descobrir quando o Heryson for à escola”.
Enquanto isso, ela espera melhorar a qualidade de vida do filho e conta com a ajuda da Maria Claudia.
“Ela já me tranquilizou falando da nova lei e acrescentou muito. Isso que ela faz é bem importante porque temos pouco acesso a informação”.
Maria Claudia passou a dar palestras também sobre a importância da família no cuidado das crianças e sobre o direito dos filhos à visita dos pais.
“Muitas mães têm mágoa dos ex-maridos que as abandonaram, então também falo dos problemas que a alienação parental pode trazer”.
As mães atendidas por instituições como o Centro Dia de Microcefalia, em Teresina, precisam, porém, de ainda mais ajuda.
“Estou à procura de outros profissionais como médicos, contadores e dentistas que também queiram participar do projeto”.
Como colaborar?
Basta entrar em contato com a Maria Claudia pelo Instagram e separar um dia do mês para visitar o local. Ela avisa:
“Ver o que essas crianças passam é de doer o coração”.
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A partir de matéria do Sempre Família