Celebramos mais um dia do Senhor! Deus preocupa-se com os dramas dos homens? Onde está Ele nos momentos de sofrimento e de dificuldade que enfrentamos ao longo da nossa vida? A liturgia do 12º Domingo do Tempo Comum diz-nos que, ao longo da sua caminhada pela terra, o homem não está perdido, sozinho, abandonado à sua sorte; mas Deus caminha ao seu lado, cuidando dele com amor de pai e oferecendo-lhe a cada passo a vida e a salvação.
A primeira leitura(Jó 38,1.8-11) fala-nos de um Deus majestoso e omnipotente, que domina a natureza e que tem um plano perfeito e estável para o mundo. O homem, na sua pequenez e finitude, nem sempre consegue entender a lógica dos planos de Deus; resta-lhe, no entanto, entregar-se nas mãos de Deus com humildade e com total confiança. Respondendo à lamentação de Jó, Deus se revela não para resolver o problema do sofrimento, mas para mostrar a pequenez e a fragilidade do ser humano diante da sua grandeza. O sofrimento e a dor não são da vontade de Deus, mas derivam das limitações da condição humana e, não raro, são consequências da falha na condução da vida e das perversas políticas dos governantes e de todos os negacionismos científicos.
No Evangelho(Mc 4,35-41), São Marcos propõe-nos uma catequese sobre a caminhada dos discípulos em missão no mundo. Marcos garante-nos que os discípulos nunca estão sozinhos a enfrentar as tempestades que todos os dias se levantam no mar da vida. Os discípulos nada têm a temer, porque Cristo vai com eles, ajudando-os a vencer a oposição das forças que se opõe à vida e à salvação dos homens. Depois de Jesus ter acalmado a tempestade e ter tranquilizado os discípulos, eles se perguntam: Quem é este que submete o vento e o mar: Como Jó e os discípulos, também nós, muitas vezes, diante do sofrimento e do perigo, perguntamos: Onde está Deus? Deus está sempre presente também no sofrimento e no perigo, mesmo que às vezes pareça estar dormindo.
A segunda leitura(2Cor 5,14-17) garante-nos que o nosso Deus não é um Deus indiferente, que deixa os homens abandonados à sua sorte. A vinda de Jesus ao mundo para nos libertar do egoísmo que escraviza e para nos propor a liberdade do amor mostra que o nosso Deus é um Deus interveniente, que nos ama e que quer ensinar-nos o caminho da vida. São Paulo nos diz que Cristo morreu por todos para que já não vivamos para nós mesmos, e sim para Cristo e pelos outros. O autor faz forte apelo à solidariedade: Cristo conosco, e nós com Ele e com os irmãos e irmãs.
Em meio aos sofrimentos e às adversidades da vida, que chegam como ondas destruidoras, necessitamos da graça do Senhor, a fim de não sermos tragados e submersos pelo medo e pela falta de fé. Invoquemos o Mestre Jesus para que na travessia rumo ao mundo novo, venha em nosso socorro e impulsione nossos passos com a força do seu amor!