A santidade bate à nossa porta!

    Celebramos a santidade de Deus na Igreja e nos seus filhos e filhas. A Igreja é indefectivelmente santa: Cristo amou-a como sua esposa e deu-se a si mesmo por ela a fim de santifica-la; por isso todos na Igreja são chamados à santidade(Lumen Gentium, n. 39). A Igreja prega o mistério pascal nos santos que sofreram com Cristo e com ele são glorificados; propõe aos fiéis seus exemplos, que atraem todos ao Pai por meio de Cristo, e implora por seus merecimentos os benefícios de Deus(Sacrosanctum Concilium, n. 104). Hoje numa só festa celebram-se, junto com os santos canonizados, todos os justos de todas raça e nação, cujos nomes estão inscritos no livro da vida(Ap 20,12).

    Na primeira leitura – Ap 7,2-4.9-14 – Como descrever a felicidade dos mártires e dos santos na sua condição celeste, invisível? Para isso, o profeta recorre a uma visão. Anjos, multidões, Cordeiro, seres vivos e anciãos estão diante de Deus. É uma bonita imagem que recorda o que estamos hoje celebrando: todos os santos.

    Salmo responsorial – Sl 23(24): O salmo de hoje proclama as condições de entrada no Templo de Deus. Ele anuncia também a bem-aventurança dos corações puros. Nós somos este povo imenso que marcha ao encontro do Deus santo. “É assim a geração dos que procuram o Senhor!”.

    Na segunda leitura – 1Jo 3,1-3 – mostra que  desde o nosso batismo, somos chamados filhos de Deus e o nosso futuro tem a marcada da eternidade. O belo presente de amor que ganhamos de Deus: sermos seus filhos e filhas. Se vivermos como tais, já participamos da santidade divina. Cada ser humano é objeto do amor do Pai; a consciência sobre essa realidade é possível a quem se abre à revelação de Jesus sobre a paternidade de Deus para conosco.

    No Evangelho – Mt 5,1-12a – mostra  que futuro reserva Deus aos seus amigos, no seu Reino celeste? Ele próprio é fonte de alegria e de felicidade para eles. Jesus é o Cordeiro imolado que está de pé, Ressuscitado. Ele nos mostra que é possível seguir o caminho da santidade, ainda que exista dor, angústia  e sangue. Ele segue ao nosso lado, orientando nossos passos rumo ao seu coração. As bem-aventuranças no Evangelho de São Mateus, deixam isso muito claro, mostrando que a precisa condição daqueles que, no Apocalipse, agora estão diante de Deus, são os pobres, os aflitos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, promotores da paz e perseguidos por causa da justiça. Todos esses são chamados filhos de Deus; todos esses são os Santos diante de Deus; todos esses, pelo seu testemunho e vida plena, alvejaram suas roupas no sangue do Cordeiro. Os verdadeiros santos são aqueles e aquelas que buscam a sintonia com o Senhor, que esperam nele e que têm fé nele. Uma fé que deve gerar frutos de amor, alegria e esperança para os que sofrem.

    O Papa Francisco não cansa de dizer que “bem-aventurado” é “sinônimo de santo, porque expressa que a pessoa fiel a Deus e que vive sua palavra alcança, na doação de si mesma, a verdadeira felicidade”. Segundo o Papa Francisco, as bem-aventuranças são “a carteira de identidade do cristão” e o melhor caminho para chegar à santidade. O caminho da santidade se constrói no abandono da autosuficiência, na busca da conversão e no fazer a opção pelos privilegiados de Deus: os pobres, os oprimidos, os abandonados; os últimos. Estes nos precederam no Reino dos céus.

    Vivamos a “santidade ao pé da porta” com o amor vivido na família e com a vizinhança, amor “daqueles que vivem perto de nós e são um reflexo da presença de Deus. Homens e mulheres que trabalham a fim de trazer o pão para casa” e são solidários com os que estão próximos. A santidade é possível. Vamos viver a santidade!

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