Fazer possível uma comunicação construtiva para aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade
A comunicação deve ser instrumento de transformação social. Quando o anuncio parte de um sentimento cristão, deve nos levar a fazer realidade, como nos diz o Papa Francisco na Mensagem para o 51° Dia Mundial para as Comunicações Sociais, “uma comunicação construtiva, que, rejeitando os preconceitos contra o outro, promova uma cultura do encontro por meio da qual se possa aprender a olhar, com convicta confiança, a realidade”.
Favorecer essa cultura do encontro e dar a conhecer a vida das comunidades amazônicas e as realidades que não são mostradas, tem motivado que comunicadores dos seis regionais da CNBB que fazem parte da Amazônia Legal participem do Curso de Comunicadores da REPAM-Brasil que está tendo lugar na sede das Pontifícias Obras Missionárias de Brasília desde esta terça-feira, 6 de junho, até o próximo sábado, dia 10.
Após a acolhida e rápida apresentação da REPAM pela Irmã Irene Lopes, assessora da Comissão Episcopal para a Amazônia, os participantes tem partilhado diferentes trabalhos que são desenvolvidos no campo da comunicação na Amazônia brasileira. Programas de Rádio e TV, imprensa escrita e veículos de informação digital constituem elementos que podem ajudar no conhecimento e transformação social da realidade.
Os participantes do Curso também se fizeram presentes na abertura do Fórum Internacional sobre a Amazônia, que está sendo realizado na Universidade de Brasília – UnB. No evento, o Presidente da Comissão Pastoral da Terra – CPT, Dom Enemésio Angelo Lazzaris, partindo do desprezo da ética que tem tomado conta da esfera pública e privada da sociedade brasileira, aspecto recolhido na Mensagem da CNBB, O Grave Momento Nacional, publicada na última Assembleia Geral, tem ressaltado o aumento da violência no campo nos últimos tempos.
Diante dessa situação, o Presidente da CPT, destacava o papel da REPAM como grande parceira na preservação da Amazônia e exemplo da Igreja em saída, pois “quando a Igreja se mistura com o povo, a coisa melhora”.
Não podemos esquecer, como assinalava Carlos Neri, indígena piratapuia, e representante da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira – COIAB, que aos poucos, os povos indígenas têm perdido os direitos garantidos pela Constituição Federal de 1988, destacando o tradicional cuidado da Terra entre os povos originários da Amazônia.
Os comunicadores da REPAM são desafiados a fazer realidade um verdadeiro anuncio que ajude a superar o problema do desconhecimento da Amazônia, o que sem dúvida vai fazer superar preconceitos arraigados no subconsciente de muitas pessoas.
Fonte: CNBB