Sua festa é celebrada hoje, 13 de outubro
Houve um rei, na Inglaterra, que trabalhou constantemente para manter a paz e a comunhão com a Igreja. Nascido por volta do ano 1003, Santo Eduardo, o Confessor, mereceu a fama de santo por três qualidades em especial: ele foi um rei muito fervoroso espiritualmente, muito afável com as pessoas e um grande defensor da paz.
Um antigo texto do seu tempo conta a seu respeito:
Era um verdadeiro homem de Deus. Vivia como um anjo em meio a tantas ocupações materiaos e era notável que Deus o ajudava em tudo.
Era tão bondoso que jamais humilhou com palavras nem o último de seus servidores; era especialmente generoso com os pobres e com os emigrantes e ajudava muito os monges.
Mesmo de férias ou caçando, não deixava um dia sequer de assistir à Santa Missa.
Era alto, majestoso, de rosto rosado e cabelos brancos. Sua simples presença inspirava carinho e apreço.
SUA VIDA
Eduardo era filho do rei Etelredo, “o Indeciso”, com a princesa Ema da Normandia.
Em 1015, o rei Canuto, da Dinamarca, invadiu a Inglaterra. Ema partiu com Eduardo e seu irmão Alfred para a Normandia. Depois da morte do marido, Ema voltou à Inglaterra e, em segundo matrimônio, se tornou esposa de Canuto durante o governo dinamarquês da Inglaterra. Eduardo herdou o trono em 1042, quando tinha aproximadamente 40 anos de idade.
MODELO DE REI
Para evitar o ressentimento da nobreza anglossaxônica, Eduardo se casou em 1045 com Edith, filha do Conde Godwino. A tradição nos conta que Eduardo e sua esposa eram tão ascéticos que decidiram viver como irmão e irmã, conservando-se castos.
O rei, altamente popular entre os súbditos, se tornou modelo para os reis futuros. Sua primeira medida foi suprimir o imposto de guerra, que arruinava muita gente. Durante seu longo reinado, Eduardo procurou viver na maior harmonia com as câmaras legislativas: a dos lordes e a dos comuns. Preocupou-se também em garantir que a grande quantidade de impostos arrecadados fosse usada em favor dos mais necessitados.
O DESTERRO E A PROMESSA
Quando ainda estava desterrado na Normandia, Eduardo prometeu a Deus que, se pudesse voltar à Inglaterra, faria uma peregrinação a Roma e uma doação ao Papa. Depois que conseguiu não só voltar à sua terra, mas ainda tornar-se rei, Eduardo contou aos seus colaboradores o juramento que tinha feito, mas eles observaram: “O reino está em paz porque todos lhe obedecem com prazer. Mas se Vossa Majestade fizer uma viagem tão longa, explodirá a guerra civil e o país se arruinará”.
Santo Eduardo decidiu então enviar embaixadores ao Papa São Leão IX, que lhe concedeu mudar a promessa por outra: dar aos pobres o que iria gastar na viagem e construir um convento. Promessa cumprida, o rei construiu assim a famosa Abadia de Westminster, em cuja catedral são sepultados os reis da Inglaterra.
MORTE E VENERAÇÃO
A solene inauguração do famoso coro do mosteiro de Westminster aconteceu em 28 de dezembro de 1065, mas o rei, já gravemente enfermo, não pôde assistir à cerimônia.
Santo Eduardo morreu em 1066 e foi enterrado na igreja da abadia. Como não tinha filhos, a luta pela sucessão foi um dos estopins da invasão normanda de outubro de 1066.
As muitas peregrinações ao seu túmulo começaram logo. No reconhecimento de 1102, seu corpo foi achado incorrupto. Em 17 de fevereiro de 1161, o Papa Alexandre III o incluiu na lista dos santos. Os restos do rei foram transferidos à Abadia de Westminster em solene cerimônia oficiada pelo arcebispo São Thomas Becket. A Igreja o recorda com alegria, no dia 13 de outubro, como padroeiro dos reis, dos casamentos difíceis e dos cônjuges separados.
Depois do reinado de Henrique II, Eduardo foi considerado o santo padroeiro da Inglaterra até que, em 1348, foi substituído por São Jorge, cujo culto entre os soldados chegou ao país durante as Cruzadas. Santo Eduardo continua sendo, no entanto, o padroeiro da família real britânica.
Fonte: Aleteia