A pequena Márcia era uma bebê desenganada pelos médicos, por ter nascido aos cinco meses de gestação, com órgãos ainda não formados; mas, a fé e a oração de seus pais e avós alcançaram a graça de torná-la uma criança saudável, que hoje já está com 13 anos. Essa história comoveu o Brasil em um período em que muito se tem debatido sobre o aborto.
O testemunho sobre como Marcinha lutou pela vida amparada pelas orações de seus parentes foi enviado pela avó da menina, Rosemeire Furquim, ao deputado católico Flavinho, que o postou em sua página no Facebook, contando já com mais de 500 compartilhamentos.
Conforme Rosemeire relatou, sua filha ficou grávida quando tinha apenas 17 anos e cursava Fisioterapia em Sorocaba, a 40 quilômetros de Pilar do Sul, onde moravam.
Certo dia, aos cinco meses de meio de gestação, ela sentiu um sangramento quando chegou à faculdade. Com a ajuda de uma amiga, pediu socorro e foi levada pelos bombeiros para o Hospital Regional de Sorocaba. Ainda na viatura, telefonou chorando para a sua mãe e “disse que estava perdendo o bebê”.
“Eu e o pai da criança fomos para Sorocaba e eu, orando sem parar, pois já amava aquela criança como se fosse minha filha”, contou.
A filha de Rosemeire foi submetida a uma cesariana, mas os médicos “avisaram que a criança não teria chance nenhuma de sobrevivência, pois não tinha nem pulmões e nem aparelho digestivo formados”.
“Fizeram a cesárea e a criança não morreu após o parto. Nasceu com 640 gramas” e logo foi entubada e levada para a UTI neonatal.
Como lembrou a avó, a cabeça da bebê “era tão pequena que parecia um limão. Seus pés pareciam pés de rato, bem compridinho, e só havia osso. Cabia na palma da mão. Os ossos da caixa torácica pareciam palitos de fósforo”.
Mesmo com o prognóstico médico de que a criança não sobreviveria, a família se manteve em oração e fazendo de tudo para salvar Marcinha, que chegou a ter “3 paradas cardíacas e 2 infecções hospitalares e mesmo assim ainda sobrevivia!”.
“Houve um dia que uma médica se comoveu muito com o sofrimento da minha filha. Ela a abraçou e disse para entregar a criança a Deus, pois caso sobrevivesse teria inúmeras sequelas: não andaria, seria cega e vegetaria por toda a vida. Minha filha chorando respondeu que ela queria a bebê do jeito que Deus mandasse”.
Aos 12 dias de vida, o umbigo da bebê caiu, “menor do que um grão de arroz”, e Rosemeire decidiu levar aquele umbigo até Cachoeira Paulista, cidade onde fica a sede da Comunidade Canção Nova, e o enterrou sob “uma árvore enorme em frente a Mãe Rainha e consagrei a Marcinha a Mãe de Deus”.
Junto às orações, Rosemeire também começou a jejuar “todos os dias, das 18h até às 12h do outro dia, e oferecia pela recuperação dela”.
Certo dia, enquanto estava em casa assistindo o canal Canção Nova, ouviu uma pregação de Flavinho, missionário da Comunidade Canção Nova, dizendo que “havia alguém pedindo a Deus a cura de uma criança que estava na UTI neonatal e que naquele momento Deus a estava curando e ainda mandou dizer que todas as sequelas que ela teria, Ele havia levado embora”.
“Eu, mesmo em oração, ainda fiquei em dúvida dentro dos meus pensamentos. Pensei: será que é comigo?”, recordou. Porém, dez minutos depois, recebeu um telefonema de sua filha contando que Marcinha já estava respirando sozinha, apenas com a ajuda da ventilação na incubadora.
Horas depois, os médicos deram pela primeira vez leite para a bebê, que mais tarde urinou. “Isso comprovava que havia se formado o aparelho digestivo também!”.
Os cuidados seguiram com a aproximação da menina do corpo de sua mãe “para ela ganhar peso, pois sentindo o calor da mãe, ela engordava. E assim foi até que chegou o dia da alta do hospital, com 1 kg e 800 gramas!”.
Segundo Rosemeire, Marcinha passou 8 anos indo a especialistas para descobrirem onde estariam as sequelas, mas nada foi encontrado.
“Cada vez que olho pra ela, vejo o poder de Deus. Pois ela era considerada um aborto e esse aborto sobreviveu para testemunhar o poder de Deus”, completou.
Em entrevista a ACI Digital, Rosemeire contou que hoje, com 13 anos, Marcinha segue a sua vida de fé, já recebeu a Primeira Comunhão e se prepara para ser crismada na próxima Páscoa.
Para a avó, esta história “representa o valor da fé e que é preciso acreditar na vida”. “Tivemos inúmeras razões para desistir, mas nunca desistimos, pois tudo está nas mãos de Deus”, disse, ressaltando que “via que era Deus agindo em cada momento, pois Ele tem seus propósitos”.
“Sou uma pessoa comum, sempre gostei de ficar no meu canto, viver a minha fé, e hoje passo isso para minha neta”, afirmou.
Rosemeire disse que nunca tinha dito nada sobre essa história, mas, um dia sentiu o desejo de contá-la para Flavinho e assim fez, escreveu para o deputado, “mas nem sabia que ele estava envolvido com a PEC da Vida” na Câmara dos Deputados, a qual estabelece a inviolabilidade do direito à vida desde a concepção.
“Foi providência divina”, assinalou, ressaltando que ficou “surpresa pela grande repercussão” que a história de sua neta alcançou.
Fonte: Acidigital