Celebramos neste domingo o 29º Domingo do Tempo Comum, já nos aproximando do fim desse ano litúrgico e recordando que este domingo é o Dia Mundial das Missões e da Pontifícia Obra da Infância Missionária. Neste domingo também temos uma coleta pelas missões e pela santa infância em que manifestamos nossa unidade com a igreja missionária e com o Santo Padre. Somos imbuídos para que através do Espírito Santo possamos ser mais caridosos com os irmãos, sobretudo os mais necessitados, cumprimento assim com a missão da Igreja.
Na primeira leitura deste domingo (Is 45,1.4-6), o Senhor fala sobre Ciro que foi rei da Pérsia e resgatou o povo de Deus do exílio da Babilônia. Ele foi um sinal para o povo de Deus, a fim de mostrar que o Deus de Israel é único e não se deve adorar e se prostrar diante de outros deuses. Ele é o Senhor que os libertou da escravidão do Egito, caminhou no deserto com eles e os conduziu a terra prometida. E Ciro foi um “enviado” de Deus para resgatá-los do exílio em que se encontravam e mostrar para eles que o Deus de Israel é único.
Hoje em dia existem muitos “ídolos” que querem tomar o lugar de Deus e nos quais muitas vezes nos ajoelhamos e prostramos. Só que esses “ídolos” nos levarão para a perdição e somente o Deus de Israel nos levará para a Salvação.
O salmo responsorial 95 (96) nos diz em seu refrão “Ó família das nações, dai ao Senhor poder e glória! Ou seja, todas as famílias do mundo inteiro devem adorar ao Senhor de Israel e dando-lhe a glória que é devida ao seu nome. Somente Ele deve reinar sobre nós e nenhum outro, somente a ele devemos prestar culto.
Na segunda leitura (1Ts 1,1-5b), Paulo se alegra com a comunidade de Tessalônica pela perseverança deles no conhecimento da fé e da doutrina e por serem firmes na caridade e na missão. Tudo isso só foi possível por causa da atuação do Espírito Santo que os cumulou de toda a abundância de graças e os enviou em missão. Nos dias de hoje somos cumulados desse mesmo espírito que recebemos no batismo e por meio dele compreendemos a nossa fé e a doutrina da Igreja e saímos em missão para evangelizar.
No Evangelho dominical (Mt 22,15-21) os fariseus fazem um plano para apanhar Jesus em alguma palavra e assim terem motivo para condená-lo. Apresentam uma moeda a Jesus e perguntam a Ele se é lícito ou não pagar o imposto a César. Jesus sabendo da intenção deles pede para que mostrem a moeda e pergunta: “De quem é a figura e a inscrição desta moeda?”, eles respondem que é de César e Jesus então lhes diz: “Dai pois a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”.
Com isso Jesus quis dizer que a lei dos homens é dos homens e a lei de Deus é de Deus. Porém não podemos esquecer que devemos seguir a lei de Deus que é, sobretudo, amar aos irmãos sem medida. Uma não subtrai a outra, mas devemos ter a justa medida. Não devemos ficar “presos” a nenhuma das leis, mas vive-las com liberdade, pois foi para isso que Deus nos criou.
Podemos observar nesse Evangelho que Jesus não toma partido algum, se Ele dissesse que era lícito pagar o imposto a César iam dizer que Ele era a favor do governo, que era o império Romano e se Ele dissesse que não era lícito iam dizer que Ele era contrario ao governo e iam arrumar pretexto para condená-lo, pois era isso que queriam.
Por isso Jesus diz: “Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Vivamos na liberdade dos filhos e filhas de Deus, não fiquemos “presos” a nenhuma lei, Deus nos criou para a liberdade. Não sejamos escravos do dinheiro, pois podemos amar mais o dinheiro do que a Deus. Tenhamos apenas um Senhor na nossa vida, nosso Redentor e Salvador que sempre caminha conosco.
Sejamos missionários! A campanha missionária no Brasil neste ano tem como tema “a vida é missão”. O lema da campanha missionário é o tema que o Papa Francisco desenvolveu em sua mensagem para este dia mundial das missões: “Eis-me aqui, envia-me” (Is 6,8). Vivamos a missão no nosso cotidiano! O Papa Francisco nos convida para irmos para as periferias existenciais: “A missão, a “Igreja em saída”, não é um programa, uma intenção a ser concretizada por pura força de vontade. É Cristo que faz a Igreja sair de si mesma. Na missão de anunciar o Evangelho, nos movemos porque o Espírito nos empurra e conduz” (Francisco, Sem Ele nada podemos fazer, 2019, 16-17). Deus sempre nos ama primeiro e com esse amor chega até nós e nos chama. Nossa vocação pessoal vem do fato de sermos filhos e filhas de Deus na Igreja, sua família, irmãos e irmãs no amor que Jesus nos testemunhou. Todos, no entanto, têm uma dignidade humana fundada no convite divino de serem filhos e filhas de Deus e tornar-se, no sacramento do Batismo e na liberdade de fé, o que sempre foram no coração de Deus” https://www.pom.org.br/a-mensagem-do-papa-francisco-para-o-dia-mundial-das-missoes/, último acesso em 12 de outubro de 2020).
Neste domingo o grupo “Ajuda á Igreja que sofre” promove e incentiva o terço pela paz com as crianças, querendo atingir um milhão de crianças segundo a profecia do São Padre Pio. São belas iniciativas missionárias.
Que o Espírito Santo caminhe conosco e nos encha do espírito missionário nos encorajando para a missão. Sejamos missionários em casa, na escola, no trabalho, aonde estivermos levando a boa nova do Evangelho e a palavra confortadora de Jesus.