A conversão de São Paulo

    Caríssimos irmãos e irmãs, ao celebrarmos a conversão de São Paulo, marcada pelo encontro divino no caminho de Damasco, recordamos um evento que ilustra vividamente o poder transformador da graça de Deus. Essa conversão extraordinária ocorreu em uma data significativa, a qual a Igreja Católica celebra neste 25 de janeiro.

    Em Atos 9,3-6, somos transportados para aquele momento crucial quando Saulo, mais tarde conhecido como Paulo, é envolto por uma luz celestial, caindo por terra diante da presença do Senhor. O próprio Cristo pergunta: “Saulo, Saulo, por que me persegues?” Essa interpelação divina marca o início de uma jornada radical de conversão.

    A segunda epístola aos Coríntios (2 Coríntios 5,17) proclama: “Assim, se alguém está em Cristo, é nova criação; as coisas antigas já passaram, eis que surgiram coisas novas.” Essa passagem ecoa a transformação profunda que ocorreu no coração de Paulo, mostrando-nos que a graça de Deus pode revolucionar nossas vidas.

    Ao meditarmos sobre Efésios 2,8-9, somos lembrados de que a salvação não é resultado de obras humanas, mas um dom divino. “Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não das obras, para que ninguém se glorie.” 

    Filipenses 3,7-8 expressa a mudança de perspectiva de Paulo após sua conversão: “Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda, por causa de Cristo. Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas.”

    A história de São Paulo, narrada nas Sagradas Escrituras, nos convida a refletir sobre nossa própria jornada de fé. Assim como Paulo experimentou uma transformação radical, somos desafiados a buscar a graça de Deus, permitindo que nossas vidas também se tornem testemunhos vívidos do Seu poder redentor.

    Estamos iniciando o ano da oração. Depois do ano dedicado à reflexão sobre os documentos e ao estudo dos frutos do Concílio Vaticano II, o ano 2024 será o ano da Oração. Aproximando-se do Jubileu, as Dioceses são convidadas a promover a centralidade da oração individual e comunitária. Por isso, poderiam propor-se “peregrinações de oração” para o Ano Santo, percursos de escola de oração com etapas mensais ou semanais, presididas pelos Bispos, para envolver todo o Povo de Deus.

    Para além disso, para viver este ano da melhor forma, será publicada uma coleção de “Apontamentos sobre a oração”, para recolocar no centro a profunda relação com o Senhor, através das múltiplas formas de oração contempladas na rica tradição católica.

    Que a celebração da conversão de São Paulo nos inspire a renovar nosso compromisso com Cristo e a buscar diariamente a transformação que só a graça divina pode conceder. Amém.

     

    +Anuar Battisti
    Arcebispo Emérito de Maringá (PR)

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