A bela demonstração de gratidão de João Paulo II a seu pai

Evocando a memória do próprio pai, João Paulo II teve uma magnífica intuição sobre o real significado da paternidade

Oque um pai comunica ao seu filho? O que ele guarda no segredo de sua alma? Provavelmente São João Paulo II dá as melhores respostas a essas duas perguntas em seu livro autobiográfico “Dom e Mistério”.

Ele descreve sua relação particularmente próxima com seu pai, reforçada por uma tragédia familiar: o pequeno Karol perde sua mãe quando ele tem apenas nove anos de idade. Seu pai, um suboficial, um homem profundamente crente, devotou toda a sua vida de viuvez ao filho:

“Minha gratidão vai especialmente para meu pai, que ficou viúvo prematuramente. Eu ainda nem tinha feito minha primeira comunhão quando perdi minha mãe. Após sua morte e, posteriormente, após o desaparecimento de meu irmão mais velho, fiquei sozinho com meu pai. Pude observá-lo em seu cotidiano, que era austero. Ele era um soldado de profissão e, quando ficou viúvo, sua vida tornou-se uma vida de oração constante. Às vezes, eu acordava à noite e encontrava meu pai de joelhos, como sempre o vi ajoelhado na igreja paroquial. Entre nós, não falávamos de vocação ao sacerdócio, mas o seu exemplo foi para mim, de certa forma, o primeiro seminário, uma espécie de seminário doméstico. “

Não há dúvida de que a atitude espiritual do futuro Papa se formou em sua família, graças a este “seminário doméstico” animado por seu pai. Um modelo de paternidade protetora e discreta, que quiçá em breve seja reconhecido pela Igreja.

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