Estamos próximos do Natal. O último domingo do Advento é um tempo propício para abrir nosso coração para receber o Príncipe da Paz, que está para chegar. Por isso é momento propício, depois de estarmos terminando a celebração da Novena de Natal, de procurar o confessionário e nos colocarmos como penitentes diante de Deus e do ministro ordenado. Jesus continua vindo ao nosso encontro.
Nestes últimos dias antes do Natal, a mensagem fundamental da Palavra de Deus gira à volta da definição da missão de Jesus: propor um projeto de salvação e de libertação que leve os homens à descoberta da verdadeira felicidade.
O Evangelho(cf. Lc 1,39045) sugere que esse projeto de Deus tem um rosto: Jesus de Nazaré veio ao encontro dos homens para apresentar aos prisioneiros e aos que jazem na escravidão uma proposta de vida e de liberdade. Ele propõe um mundo novo, onde os marginalizados e oprimidos têm lugar e onde os que sofrem encontram a dignidade e a felicidade. Este é um anúncio de alegria e de salvação, que faz rejubilar todos os que reconhecem em Jesus a proposta libertadora que Deus lhes faz. Essa proposta chega, tantas vezes, através dos limites e da fragilidade dos “instrumentos” humanos de Deus; mas é sempre uma proposta que tem o selo e a força de Deus. “Maria entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel” e esta, “repleta do Espírito Santo, grita: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me vem que a mãe do meu Senhor me visite?”. Naquele momento, Isabel tem o mesmo sentimento dos apóstolos: “É bom estarmos aqui!”. Ela e João, bem como seu marido Zacarias, são beneficiados com a visita de Maria que traz Jesus. Duas mães de idades diferentes encontram-se em um único hino de louvor a Deus. Para Maria, o motivo do encontro é o desejo natural de comunicar o grande acontecimento que ela conhece, prestar auxílio a quem está em necessidade e reconhecer o sinal dado pelo Senhor através de Isabel, inserindo-se, assim, no grande plano de Deus. Maria compreende e age. Sua adesão à vontade de Deus e sua obediência não traduzem preguiça e dificuldade, mas sim alegria e decisão. Quem segue Deus e está cheio de Seu espírito caminha de coração alegre, de ânimo aberto, mesmo por estradas fatigantes. Maria nos ensina isso nesta sua viagem em direção à região montanhosa onde Isabel vivia. Como Maria sejamos alegres no serviço a quem precisa, como Isabel, sua prima: a alegria é a oração, a alegria é a força, a alegria é o amor, é um fio de amor graças ao qual podereis captar as almas. «Deus ama aquele que dá com alegria» (2Cor 9, 7). Aquele que dá com alegria dá mais. Se encontrarmos dificuldades no trabalho e as aceitarmos com alegria, com um grande sorriso, nisto como em muitas outras coisas constatar-se-á que as nossas obras são boas e o Pai será glorificado. A melhor maneira de mostrardes a vossa gratidão a Deus e aos homens é aceitar tudo com alegria. Um coração alegre provém de um coração que arde de amor.
A primeira leitura(cf. Mq 5,1-4a) exorta que este mundo novo que Jesus, o descendente de David, veio propor é um dom do amor de Deus. O nome de Jesus é “a Paz”: Ele veio apresentar uma proposta de um “reino” de paz e de amor, não construído com a força das armas, mas construído e acolhido nos corações dos homens.
A segunda leitura(cf. Hb 10,5-10) sugere que a missão libertadora de Jesus visa o estabelecimento de uma relação de comunhão e de proximidade entre Deus e os homens. É necessário que os homens acolham esta proposta com disponibilidade e obediência – à imagem de Jesus Cristo – num “sim” total ao projeto de Deus.
Jesus é o Deus Conosco que nos ilumina. Deus Menino renova as nossas esperanças na ação de Deus em ossas vidas, a exemplo de Maria e de Isabel. A ação de Deus não está no centro dos poderes econômicos, políticos ou sociais. A ação de Deus está nas realidades em que estão os pobres, marginilzados e perseguidos. Os simples serão exaltados, como Isabel e Maria Santísima, pois repartem seus bens e seus dons e, através deles, Deus concretiza as suas promessas.
Nos preparemos adequadamente para a festa do Natal: uma festa cujo o “dono” é Jesus Menino. Sejamos contagiados pela beleza da simplicidade da manjedoura e peçamos que o Príncipe da Paz traga alegria para nossos corações. Que nossos corações sejam de pobres das coisas do mundo e ricos do serviço em favor dos irmãos e irmãs.
A alegria do nascimento de Jesus nos traz a paz!