Solenidade de Todos os Santos

    “Alegrai -vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,12)

     Celebramos neste sábado, dia 1º de novembro de 2025, a Solenidade de Todos os Santos e Santas de Deus. Essa solenidade, normalmente, é transferida para o domingo, independentemente do dia da semana em que ocorra, com a intenção de que um número maior de fiéis participe. Este ano, porém, será diferente, pois o Dia de Finados cairá no domingo, dia 2 de novembro. Assim, no domingo celebraremos a Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, e a Solenidade de Todos os Santos ocorrerá no sábado, dia 1º. No próximo ano, a Solenidade de Todos os Santos acontecerá no próprio domingo, dia 1º, e Finados na segunda-feira, dia 2.

    Meus irmãos, como podemos observar, as duas solenidades — Todos os Santos e Finados — estão muito próximas, pois somos convidados, ao longo de nossa vida, desde o nosso batismo, a trilhar o caminho da santidade. Acreditamos que os nossos entes queridos, que morreram, estão na eternidade, por isso, em cada Eucaristia fazemos memória deles.

    Essas duas solenidades estão próximas uma da outra para nos recordar que a vida eterna é a nossa meta final, e que aqueles que já faleceram intercedem por nós junto de Deus. Como nos diz um cântico apropriado para o Dia de Finados: “Eu creio na vida eterna e na feliz ressurreição.” Celebrar a Solenidade de Todos os Santos e a de Finados é celebrar a certeza da ressurreição.

    Nesta celebração de Todos os Santos, a Igreja terrestre volta-se para a Igreja celeste, pois, enquanto peregrinamos neste mundo, estamos a caminho do Céu. Ser santo não é mérito apenas daqueles que foram canonizados pela Igreja; cada um de nós é chamado a viver a santidade no dia a dia, desde o nosso batismo.

    Outubro já foi um mês especial, com a comemoração da Solenidade de Nossa Senhora Aparecida, de Nossa Senhora do Rosário, no Rio de Janeiro foi Nossa Senhora da Penha e o Mês Missionário. Novembro já se inicia com as celebrações de Todos os Santos e de Todos os Fiéis Defuntos. Peçamos, nesta celebração, a intercessão de todos os santos, e que, quando chegar a nossa hora de partir deste mundo, possamos habitar a Igreja celeste e interceder por aqueles que aqui permanecerem. Façamos o possível para trilhar uma vida de santidade enquanto estivermos neste mundo, para sermos merecedores da vida eterna.

    A primeira leitura desta missa, do Livro do Apocalipse de São João (Ap 7,2-4.9-14), remete ao que acontecerá no fim dos tempos. Ela fala dos cento e quarenta e quatro mil que serão salvos e que vieram da grande tribulação: povos de todos os cantos da terra. O número cento e quarenta e quatro mil é simbólico, pois o que a leitura quer nos transmitir é que a salvação de Deus é para todos os povos. Se multiplicarmos doze por doze, o resultado é cento e quarenta e quatro. Esses números representam as doze tribos de Israel e os doze apóstolos, ou seja, simbolizam a totalidade da humanidade.

    Deus julgará toda a humanidade, e cada um de nós será julgado segundo suas atitudes e o quanto foi capaz de amar o próximo. Vivamos com fidelidade os mandamentos da Lei de Deus, para que, no final dos tempos, possamos estar entre os cento e quarenta e quatro mil que serão salvos.

    O salmo responsorial é o 23(24), que nos diz em seu refrão: “É assim a geração dos que procuram o Senhor.” Ao Senhor pertencem todos os povos e nações, e a Ele compete a salvação. O Senhor não castiga ninguém e quer o bem de todos. Peçamos-Lhe a salvação e que olhe por toda a humanidade.

    A segunda leitura desta missa, da Primeira Carta de São João (1Jo 3,1-3), ensina-nos que recebemos um grande presente: sermos chamados “filhos de Deus”. Tornamo-nos filhos de Deus através do batismo. Somos imagem e semelhança de Jesus Cristo e, no dia do julgamento final, O veremos tal como Ele é. Quando nos encontrarmos com Cristo, seremos puros, assim como Ele é puro.

    O Evangelho desta solenidade é de Mateus (Mt 5,1-12a), o tradicional texto das Bem-aventuranças, pois o caminho da santidade é viver as bem-aventuranças. Todo santo é bem-aventurado, e nós somos convidados a vivê-las em nossa vida cotidiana, para que, no dia da Parusia — a segunda vinda de Cristo, no final dos tempos — possamos ouvir de Jesus: “Vinde, benditos de meu Pai!”

    Vivemos as bem-aventuranças quando amamos o próximo, quando não pagamos o mal com o mal, quando temos paciência com os que nos fazem sofrer, quando temos coragem de testemunhar Jesus Cristo em todos os lugares e quando perdoamos. Bem-aventurados somos nós quando amamos sem medida e vivemos com retidão diante do Senhor. A oração nos ajuda na busca da santidade; cultivemos uma vida de oração, para que tudo concorra para o bem em nossa vida.

    Coloquemos Deus como prioridade em nossa vida; deixemos as outras coisas para depois e coloquemos Deus em primeiro lugar. Nada levaremos desta vida, mas, se formos capazes de amar e servir a Deus aqui na terra, levaremos Ele em nosso coração. Sejamos “pobres de espírito”, como nos diz Jesus no Evangelho de hoje, pois, sendo pobres de espírito, seremos livres para amar e servir a Deus e aos irmãos.

    Celebremos com alegria esta Solenidade de Todos os Santos e peçamos ao Espírito Santo que nos auxilie no caminho da santidade. Estamos sempre a caminho da Igreja celeste; por isso, na celebração eucarística, voltamo-nos para o altar, onde está Cristo e os santos. Enquanto peregrinamos neste mundo, Cristo vem a nós; e, na hora de nossa morte, nós iremos a Cristo.

    DEIXE UMA RESPOSTA

    Please enter your comment!
    Please enter your name here