A saúde mental e criatividade

    A criatividade é uma das faculdades mais valorizadas nas pessoas, pois nos permite resolver problemas de forma eficiente, imaginar soluções inovadoras e ver o mundo sob diferentes perspectivas, mas quantificar a criatividade sempre foi um desafio da terapia e o desafio para psicologia.

    O campo da saúde mental tem se interessado, cada vez mais, pela relação entre criatividade e bem-estar emocional e mental. Hoje, já sabemos que atividades simples — como desenhar, escrever, canto, tocar um instrumento, pintar, confeccionar bijuterias ou até cultivar um jardim — são formas potentes de autocuidado, capazes de gerar efeitos significativos na redução do estresse, ansiedade e depressão.

    Em uma sociedade que exige cada vez mais tomadas de decisão e proatividade, a criatividade é essencial na vida adulta para resolver desafios pessoais e profissionais. A educadora e especialista em neuropsicologia e especialista em Neurociência aplicada à Educação pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, a Dra. Katia Chedid afirma que o cérebro humano, ao contrário daquele de outros animais, têm a capacidade de criar inúmeras possibilidades para resolver um problema. Isso acontece principalmente porque existe um espaço entre o estímulo inicial e a nossa ação de resposta.

    A diversidade na sociedade também desperta uma visão mais ampla do mundo e estimula a habilidade de pensar em ações fora do comum. Para a professora e psicóloga da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília, Dra. Mônica Neves, a criatividade tem origem justamente nessa interação entre você e o outro.

    “A criatividade é uma função psicológica humana, como a imaginação, o pensamento e a memória. Ela se desenvolve ao longo da vida de cada indivíduo, a partir de suas interações com as outras pessoas que vão compartilhar a cultura, seus valores, conhecimentos e crenças com seus pares”, diz.

    Existem inúmeros exemplos de práticas criativas que podem favorecer o bem-estar emocional. Para começar, a escrita livre e criativa, como site, blogs pessoais, diários, contos, crônicas e poesias.  Fotografar a natureza, pessoas, permite registrar e reinterpretar o mundo ao redor. Outro caminho possível é o desenho livre – especialmente em sketchbooks – ou a pintura em tela ou aquarela. Ambos convidam à expressão espontânea e envolve cor, forma e intuição.

    Do mesmo modo, atividades manuais como bordado, macramê, tricô ou crochê assim como a customização de roupas ou objetos (upcycling) promovem concentração e relaxamento. Outra sugestão é a escultura com argila, cerâmica ou biscuit, uma vez que ela envolve o contato direto com os materiais e com o corpo. Na cozinha, a culinária criativa — como inventar receitas ou decorar pratos — pode ser uma forma prazerosa de criação. Por fim, aprender canto e os instrumentos musicais, que extravasam as emoções por meio do som e do ritmo. Ter um lazer, um hobby é manter a mente saudável, criativa que evolui para o bem-estar físico, emocional, mental, social e espiritual.

    Prof. Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.

    Trabalha Clinicando na Comunidade de Ação Pastoral – CAP

    Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.

    Psicologia, Educação e Desenvolvimento pela Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo-SP.

    Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.

    Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).

     

    Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica

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