“Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho”! (Sl 116,117)
Celebramos neste domingo o vigésimo primeiro do Tempo Comum. Dentro da perspectiva deste mês vocacional, recordamos hoje a vocação dos leigos e leigas nos diversos ministérios e serviços com os quais podemos servir em nossas comunidades.
A partir do Batismo, todos nós somos chamados a ser sacerdotes, profetas e reis, além de sal da terra e luz do mundo. No Batismo, tornamo-nos discípulos e missionários de Jesus, chamados a ser suas testemunhas na sociedade. Por isso, cada batizado pode — e deve — anunciar a Palavra de Deus em casa, no trabalho, na escola e no bairro onde vive. Não devemos ter medo de proclamar o Evangelho.
Toda vocação é um chamado de Deus, e cabe a nós responder com um “sim” generoso, sustentado pela oração. Ao chegarmos a uma comunidade, devemos pedir a Deus a iluminação do Espírito Santo para discernir em qual pastoral nos sentimos chamados a servir e nos colocar à disposição do pároco.
Não devemos nos considerar “donos” de nenhuma pastoral. É preciso sempre acolher os que chegam, estar abertos a novas orientações e aceitar quando o padre nos direcionar para outra missão. O serviço pastoral não é feito para agradar pessoas ou buscar reconhecimento, mas para Deus. E esse serviço deve ser gratuito, sem esperar nada em troca.
No Evangelho deste dominmgo, Jesus nos lembra que Deus deseja salvar a todos, mas que a salvação está ligada às ações de cada um. Por isso, procuremos sempre fazer o bem e colocar Deus em primeiro lugar.
A primeira leitura (Is 66,18-21) traz o anúncio do Senhor de que virá o dia em que Ele reunirá todos os povos, línguas e nações, e todos verão a sua glória. O profeta Isaías relata aquilo que o Senhor lhe revelou sobre o fim dos tempos: quando Ele voltar e julgar a todos. Deus enviará mensageiros a terras distantes, chamando aqueles que ainda não se converteram, e escolherá alguns para serem sacerdotes e levitas.
O Salmo responsorial (Sl 116/117) proclama: “Ide por todo o mundo, a todos pregai o Evangelho!” É um chamado missionário a cada um de nós, para que sejamos mensageiros de Deus nos dias de hoje.
Na segunda leitura (Hb 12,5-7.11-13), o autor sagrado recorda que Deus nos trata como filhos. Por isso, às vezes, quando nos desviamos do caminho, Ele nos corrige. Mas essa correção não é castigo, e sim expressão de amor. Num primeiro momento pode ser dolorosa, mas depois produz frutos de paz e justiça. Deus não pune para destruir, mas orienta para salvar.
O Evangelho (Lc 13,22-30) narra que Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando, enquanto se dirigia a Jerusalém. Sua vida pública foi uma peregrinação, sempre com o objetivo de realizar o projeto de amor do Pai. Nesse caminho, alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?” (Lc 13,23). Jesus responde que devemos fazer todo o esforço para entrar pela porta estreita. Muitos tentarão, mas não conseguirão. Cumprir os mandamentos e amar o próximo são caminhos seguros para alcançar a salvação.
Sejamos firmes na prática da justiça, afastando-nos do mal e não respondendo à violência com violência. Façamos o bem, mesmo a quem nos faz mal. Amemos como Deus nos ama, visitando os doentes, ajudando os necessitados, consolando os idosos e promovendo a reconciliação. Assim herdaremos o Reino dos Céus.
Celebremos com alegria este vigésimo primeiro domingo do Tempo Comum. Que cada um de nós se pergunte, diante de Deus, para qual ministério ou serviço Ele nos chama hoje, para sermos suas testemunhas no mundo.