Uma pesquisa conduzida pelo Pew Research Center com mais de 1.600 analistas e pessoas ligadas ao tema mostrou que 83% deles acreditam que, até 2025, a chamada “internet das coisas”, que visa conectar objetos do cotidiano a dispositivos eletrônicos, vai ter se disseminado e seus efeitos serão sentidos no dia das pessoas.
A expectativa é que seja normal, em uma década, ter embalagens de leite com chips que lembrem ao consumidor que o produto está quase no fim – ou sensores nas prateleiras da mesma geladeira que avisarão ao vendedor do mercado da vizinhança que seu cliente vai precisar de mais leite.
A mesma evolução poderia ser vista em dispositivos de monitoramento de sinais vitais de pacientes ou em sensores a serem instalados em estradas e prédios, para enviar alertas de reparos necessários em sua estrutura.
A maior capacidade de monitoramento, no entanto, também tornaria a privacidade dos indivíduos ainda mais vulnerável, alertam alguns dos especialistas. “Se tudo está conectado e se comunicando, tudo o que fazemos pode ser descoberto. Provavelmente vamos ter de aceitar ter um pouco menos (ou muito menos) de privacidade”, diz Joel Halpern, engenheiro da Ericsson.
“É provável que a separação digital – e a desigualdade digital que ocorre mesmo depois que uma região em desenvolvimento se torna conectada – vão continuar”, afirma David Weinberger, pesquisador do Centro Berkman para Internet e Sociedade da Universidade Harvard.
O Brasil, entretanto, é visto com “otimismo” entre os entusiastas da revolução. Para Robert D. Atkinson, presidente da Fundação de Tecnologia da Informação e Inovação, uma nação “tão desenvolvida quanto o Brasil” vai ver adesão significativa a esse tipo de tecnologia. “Não há razões para que empresas no Brasil não sejam líderes na aplicação de tecnologias especialmente relacionadas à agricultura e infraestrutura.”
O número de aparelhos conectados á internet em todo o mundo em 2013 chegou a 13 bilhões, segundo a Cisco Systems. A previsão para 2020 é que ele atinja os 50 bilhões de dispositivos.
A “internet das coisas” será um controle para tudo. O chip vai estar em tudo e em todos. “Será a Era do Ser Humano Chipado”. O ser humano será como robô. A robótica será a liturgia social e o computador será o missionário controlador universal. A engenharia política da informática terá todo poder econômico e cultural. A revolução digital é o império da pós-modernidade.
A revolução digital é com certeza a solução para muitos problemas e a criação de muitos outros. Enquanto a tecnologia é uma poderosa ferramenta para intelectualizar, é também um mecanismo para boçalizar multidões. O que está por trás é o condicionamento em prol da superficialidade, virtualidade, ignorância e lixo mental. Tudo conectado: tanto para o bem como para o mal. O progresso da ciência e o avanço tecnológico vão produzir mais novos senhores de escravos, novas modalidades de senzalas e novos abolicionistas por causa da dignidade da vida humana. Haja muito cuidado com Internet das Coisas, muita sabedoria e conhecimento em prol da dignidade humana e do bem-estar integral.
Prof. Dr. Inácio José do Vale, Psicanalista Clínico, PhD.
Especialista em Psicologia Clínica pela Faculdade Dom Alberto-RS.
Especialista em Psicologia da Saúde pela Faculdade de Administração, Ciências e Educação-MG.
Doutorado em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise da Sociedade Brasileira de Psicanálise Contemporânea. Rio de Janeiro-RJ. Cadastrada na Organização das Nações Unidas – (ONU).
Autor do livro Terapia Psicanalítica: Demolindo a Ansiedade, a Depressão e a Posse da Saúde Física e Psicológica



