Estamos celebrando o Décimo sexto domingo do Tempo Comum. A Palavra de Deus apresenta-nos, nas leituras deste Domingo, dois modos de acolher o Senhor; dois modos distintos, mas que se relacionam e mutuamente se condicionam. O primeiro, é acolhendo-o na sua Palavra, como Maria, a irmã de Marta e de Lázaro. Para nós, ela é modelo do discípulo perfeito, pois “sentou-se aos pés do Senhor, e escutava sua palavra”. Marta também acolheu Jesus, mas é um acolhimento exterior e, portanto, superficial, como o daqueles que são cristãos tão empenhados em trabalhar por Cristo e em falar de Cristo, que esquecem de estar com Cristo, de realmente dar-lhe atenção na escuta da Palavra e na oração. Ora, é nisto, precisamente, que Maria, hoje, é exemplo para nós: “sentou-se aos pés do Senhor.
A primeira leitura – Gn 18,1-10a – Abraão recebe uma visita de Deus. Acolhe-o com generosidade, mas o escuta com atenção e recebe a Boa Notícia do filho prometido!
A segunda leitura Cl 1,24-28 – Paulo Apóstolo recebe a maravilhosa revelação do segredo de Deus: A Salvação, também é destinada aos pagãos, eles também são filhos de Deus! Cristo está em seu meio e os torna participantes de sua glória! O Apóstolo Paulo não se limita à pregação da Palavra, mas sofre pelos seus, carrega em seu próprio corpo o sofrimento que “falta” às tribulações de Cristo com a solidariedade e com o seu corpo, isto é, a Igreja! Vivemos num mundo pobre de generosidade e necessitado de pastores santos como o Apóstolo Paulo! Os pastores são canais da graça divina, mas se os canais não estão abertos, a graça não chega ao rebanho, falta completar em nossa carne o que falta nas tribulações de Cristo!
No Evangelho – em Lc 10, 38-42 – apresenta Jesus a caminho de Jerusalém e que, em Betânia, é recebido em casa de Marta, irmã de Maria e Lázaro, por quem o Senhor havia chorado e a quem havia ressuscitado. Na casa dos três irmãos, que Jesus amava de todo o coração, encontrou Ele a acolhida e o repouso necessários para descansar, depois de uma longa jornada.
Santo Agostinho comenta esta cena da seguinte maneira: “Marta ocupava-se em muitas coisas, dispondo e preparando a refeição do Senhor. Pelo contrário, Maria preferiu alimentar-se do que dizia o Senhor. Não reparou de certo modo na agitação contínua de sua irmã e sentou-se aos pés de Jesus, sem fazer outra coisa senão escutar as Suas palavras. Tinha muito bem compreendido o que diz o Salmo: “Descansai e vede que Eu sou o Senhor” (Sl 46, 11). Marta consumia-se, Maria alimentava-se; aquela abarcava muitas coisas, esta só atendia a uma. Ambas as coisas são boas”.
Por séculos quis-se apresentar Marta e Maria como dois modelos de vida contrapostos: em Maria quis-se representar a contemplação, a vida de união com Deus; em Marta, a vida ativa de trabalho. A maioria dos cristãos, chamados a santificar-se no meio do mundo, não se podem considerar como dois modos contrapostos de viver o cristianismo. Pois, uma vida ativa que se esqueça da união com Deus é algo inútil e estéril; uma suposta vida de oração que prescinda da preocupação apostólica e da santificação das realidades ordinárias também não pode agradar a Deus. A chave está, pois, em saber unir estas duas vidas, sem prejuízo nem de uma nem de outra. Esta união profunda entre ação e contemplação pode viver-se de modos muito diversos, segundo a vocação concreta que cada um recebe de Deus.
A maioria dos cristãos, chamados a santificar-se no meio do mundo, não se podem considerar como dois modos contrapostos de viver o cristianismo. Pois, uma vida ativa que se esqueça da união com Deus é algo inútil e estéril; uma suposta vida de oração que prescinda da preocupação apostólica e da santificação das realidades ordinárias também não pode agradar a Deus. A chave está, pois, em saber unir estas duas vidas, sem prejuízo nem de uma nem de outra. Esta união profunda entre ação e contemplação pode viver-se de modos muito diversos, segundo a vocação concreta que cada um recebe de Deus.
Marta ao acolher Jesus em sua casa também nos ensina que devemos abrir o coração para o próximo, todo o próximo que se aproxima de nós ou de quem nós nos aproximamos. É toda uma atitude de acolhimento entre os esposos, entre pais e filhos, entre irmãos, entre os vizinhos, no trabalho, em nossas comunidades paroquiais, etc.