Natividade de São João Batista

    Celebramos no dia 24 de junho a festa litúrgica da Natividade de São João Batista. Ele tem tanta importância na história da salvação que celebramos tanto o seu nascimento quanto a sua morte. Normalmente, celebramos a festa de um santo no aniversário de sua morte ou, em alguns casos, no dia da canonização. O único que celebramos tanto o nascimento quanto a morte é Jesus. E, além de Jesus, apenas São João Batista — agora no dia 24 — e Nossa Senhora, cuja natividade celebramos em 8 de setembro e a Assunção em 15 de agosto.

    São João Batista é bastante celebrado, sobretudo aqui no Brasil, onde, na véspera, na noite anterior, acende-se e abençoa-se a fogueira de São João, e acontece uma grande festa. Inclusive, em alguns locais do Norte e Nordeste do Brasil, o dia de São João Batista é feriado. A festa de São João Batista é celebrada praticamente seis meses antes do Natal, pois, se bem lembrarmos, Nossa Senhora vai visitar Isabel logo após o anúncio do anjo, e aquele já era o sexto mês da gravidez de Isabel. Nossa Senhora permanece com ela até o nascimento de João.

    João Batista inicia a sua missão antes de Jesus. Ele é o precursor, aquele que prepara o caminho para a chegada do Messias. João Batista batizava com água — era um batismo em vista da conversão dos pecados — e, depois, Jesus batizaria com a água e o Espírito Santo. João Batista, ao mesmo tempo em que fecha o Antigo Testamento, inaugura o Novo Testamento. Ele dizia: “Convertei-vos, pois o Reino de Deus está próximo de vós”. Jesus é o Reino de Deus. Esse Reino é tudo aquilo que Jesus anunciava: paz, perdão, amor, esperança e misericórdia. Somos convidados a vivenciar o Reino de Deus aqui na terra, para depois contemplá-lo de maneira plena no céu.

    João Batista trazia dentro de si a força do Espírito Santo, pois, quando Nossa Senhora chega diante de Isabel e a saúda, ela transmite o Espírito Santo que habitava nela para Isabel e para o menino que estava em seu ventre. Por isso, Isabel diz que, logo que a saudação de Maria chegou aos seus ouvidos, a criança pulou de alegria em seu ventre. João Batista foi concebido por um milagre de Deus, pois Isabel já era de idade avançada e considerada estéril. Sua missão era muito grande: preparar o povo de Israel para a chegada do Messias, por isso batizava no rio Jordão. Essa missão João recebeu desde o ventre materno; ele foi chamado por Deus ainda no seio de sua mãe, e, por isso, a força do Espírito Santo o acompanhava. Algumas pessoas acreditavam que ele era o Messias, mas ele próprio afirmava que não era.

    Quando Jesus vai ao encontro de João Batista para ser batizado, João, num primeiro momento, não queria batizá-lo, pois dizia: como posso batizar o próprio autor do batismo? Mas Jesus disse que era necessário que Ele fosse batizado, para que se cumprisse a Escritura. De fato, a partir do batismo, Jesus iniciaria sua vida pública, e João Batista se retiraria um pouco, pois, conforme ele dizia: “É necessário que Ele cresça e eu diminua”. Após o batismo, o Espírito Santo desce do céu e ressoa uma voz que dizia: “Este é o meu Filho amado”. Esse mesmo Espírito conduz Jesus ao deserto, para que Ele sofra as tentações e, após quarenta dias, inicie sua missão pública.

    A missão do profeta era anunciar a verdade e denunciar aquilo que via de errado, ou seja, as injustiças e o pecado. João Batista, sendo profeta, fazia isso — inclusive sua morte se deu por esse motivo: por denunciar as coisas erradas, sobretudo o que Herodes fazia, ao ficar com a mulher de seu irmão. João Batista já anunciava aquilo que, de fato, é o Reino de Deus: paz, perdão, amor e misericórdia. Ele estimulava as pessoas a deixarem de lado o pecado e a aderirem ao Reino de Deus, que seria mais concretamente realizado por Jesus.

    O significado do nome “João Batista” é “presente de Deus”. De fato, ele foi um presente para Isabel e Zacarias, que, já em idade avançada e considerados estéreis, conceberam João Batista por um dom de Deus. Ele foi também um presente para Israel, pois preparou o povo para a chegada do Messias: aplainou o caminho, endireitou as veredas e buscava tirar da escuridão aqueles que viviam nas trevas, trazendo-os para a luz. Lembremos também, no dia de São João Batista, de todos aqueles que trazem “João Batista” em seu nome, para que de fato sejam um presente de Deus na vida dos outros.

    João Batista é considerado, inclusive por Jesus, o maior de todos os profetas do Antigo Testamento. Ele conclui o Antigo e abre o Novo Testamento. João Batista avistou Jesus e o batizou — a vinda do Messias, esperada durante todo o Antigo Testamento, aconteceu diante de seus olhos. Jesus sabia e conhecia tudo aquilo que João fazia, e desejava ser batizado por ele, cumprindo assim um mandato divino.

    Jesus inicia sua pregação em um ambiente “preparado” pela pregação de João Batista. João preparou o povo para acolher o Messias que chegaria. Cada um de nós, nos dias de hoje, pode ser como São João Batista e anunciar Jesus Cristo onde estivermos: na escola, na comunidade, no trabalho e no bairro. O mundo de hoje precisa muito de pessoas como João Batista: corajosas para anunciar a verdade, denunciar as injustiças e permitir que as pessoas tenham mais paz e amor no coração.

    Celebremos com alegria a festa da Natividade de João Batista neste dia 24 de junho. Que, a exemplo dele, possamos ser profetas nos dias de hoje, imbuídos da força do Espírito Santo que recebemos no batismo. Procure participar da Santa Missa em sua paróquia neste dia e peça a intercessão de São João Batista.

    Celebremos a festa de São João Batista, já nos preparando para, daqui a seis meses, celebrarmos o Natal do Senhor. Que, a exemplo de João Batista, sejamos também nós precursores da vinda de Cristo. Aproveitemos esses seis meses para anunciar o Messias que virá. Amém.

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