Celebramos no dia 8 de setembro a memória litúrgica da Natividade de Nossa Senhora, esse ano esta data ocorre num domingo, por isso, o dia do Senhor tem precedência, mesmo assim não deixamos de recordar a data. As paróquias que têm como título a Natividade de Nossa Senhora (ou outro) podem celebrar de maneira solene, usando as orações dedicadas à Natividade de Nossa Senhora e as leituras do 23° domingo do Tempo Comum.
A exemplo da Natividade de Jesus, que celebramos no Natal em 25 de dezembro, celebramos a Natividade de sua mãe em 8 de setembro. Outro santo cuja natividade celebramos é São João Batista em 24 de junho, inclusive é o único santo que celebramos o nascimento e a morte. Nossa Senhora celebramos a natividade e a Assunção ao céu.
Á semelhança desses santos em que a Igreja celebra a natividade, devemos celebrar com alegria a data de nosso nascimento e agradecer a Deus pelo dom da vida. Do mesmo modo recordar e celebrar momentos importantes da nossa vida, como por exemplo: Batismo, Primeira Eucaristia, Crisma, matrimônio, entre outros. E ainda, após a morte, os nossos parentes recordam a cada ano a nossa entrada para a eternidade.
Nós somos discípulos missionários do Senhor e, ao longo da nossa vida, temos que ser testemunhas de Jesus e anunciá-lo a todas as pessoas. Tudo isso para que, ao partirmos para a eternidade, as pessoas se lembrem de nós com carinho e pelo bem que fizemos enquanto estávamos aqui, mesmo que não sejamos canonizados pela Igreja temos que trilhar uma vida de santidade.
Nossa Senhora foi escolhida e agraciada por Deus desde a sua concepção, seus pais Joaquim e Sant’Ana, já de idade avançada foram agraciados com o dom da paternidade e maternidade. Nossa Senhora é Imaculada, ou seja, nasceu sem a mancha do pecado original. Por isso, ela é a “cheia de Graça”, cheia da graça de Deus e por isso, através da ação do Espírito Santo concebe o filho de Deus.
A festa da Natividade de Nossa Senhora é uma das celebrações marianas mais antigas do calendário cristão. A sua origem pode estar relacionada à festa da dedicação de uma Igreja a Maria, segundo a tradição essa Igreja era a casa dos pais de Maria, Joaquim e Ana. Está localizada em Jerusalém, construída no século IV. A basílica de Sant’Ana é onde nasceu a Virgem Maria. Em Roma, essa festa começou a ser celebrada no século VIII, durante o pontificado do Papa Sérgio I (+ 8 de setembro de 701).
Nos evangelhos não encontramos nada relacionado a essa festa, e nem sobre os pais de Nossa Senhora. Como dissemos acima, os evangelhos começam a falar de Nossa Senhora somente a partir do anúncio do Anjo Gabriel. Nossa Senhora está presente nos momentos centrais da vida e ministério de Jesus e da história da salvação do povo de Israel. Como por exemplo: Na encarnação, na inauguração do ministério de Cristo, crucifixão, o nascimento da Igreja com a vinda do Espírito Santo e outros momentos.
Outros momentos da vida da Virgem Maria, sobretudo a sua infância, são relatados no Protoevangelho de Tiago, evangelho apócrifo do século II. Os evangelhos apócrifos são aqueles que não foram aprovados canonicamente pela Igreja. O acontecimento fundamental da vida de Maria continua sendo a Anunciação.
A importância de celebrarmos a festa da Natividade de Nossa Senhora, é o impacto que esse nascimento trouxe para a história da salvação. A partir do nascimento da Virgem Maria e depois do seu “Sim” ao anúncio do Anjo Gabriel, Deus pôde cumprir o seu plano de amor com a humanidade e a partir da morte de Cristo na Cruz, selar de uma vez por todas a aliança com a humanidade. Com o nascimento de Maria, abre-se um novo tempo, por isso a festa de hoje foi celebrada com magníficos louvores por muitos Santos Padres.
Maria é uma mulher cujas virtudes todos devemos imitar, sobretudo a da confiança em Deus. Mesmo no momento mais difícil de sua vida, que foi a morte de seu filho na Cruz, Nossa Senhora não se desesperou, mas confiou em Deus plenamente. Nossa Senhora tinha confiança nos planos de Deus para a sua vida, sem medo ela disse “Sim”. Que cada um de nós possa, sem medo, dizer o “Sim” a Deus e confiar nos projetos dele para nós.
Nossa Senhora é Mãe de Deus, mas também é discípula, sempre esteve junto dos apóstolos, sobretudo após a ressurreição do Senhor. Maria foi exemplo e modelo de vida cristã, por sua obediência, por sua fé, por sua caridade com a prima Isabel e por interceder pelo povo nas Bodas de Cana. Nós de igual modo podemos ser obedientes a Deus, manter viva a nossa fé, exercer a caridade com o próximo e interceder por aquele que sofre.
A festa da Natividade de Nossa Senhora é celebrada nove meses depois da festa da Imaculada Conceição. Duas festas “interligadas” e que revelam todo o mistério que envolve a história da salvação. Maria, nasce sem a mancha do pecado original é escolhida por Deus para ser a mãe do Salvador.
Celebremos com alegria e com o coração cheio de fé, a memória litúrgica da Natividade de Nossa Senhora, que a exemplo de Maria confiemos totalmente em Deus e que aceitemos os planos D’Ele para a nossa vida. Desde o nascimento nós temos uma missão aqui na terra, essa missão consiste em fazer plenamente a vontade de Deus, a exemplo da Virgem Maria.
