Texto referencial: A partir daquele momento, muitos discípulos abandonaram e não mais andaram com Ele. Jesus disse aos doze: “vós também quereis ir embora?” Simão Pedro respondeu: “a quem iremos Senhor? Tu tens palavras de vida eterna”. (Jo 6,66-68)
O capítulo sexto de João é interessantíssimo, rico doutrinalmente e altamente questionador. Aos que aceitam, as palavras de Jesus, mas há, também, os que a rejeitam. Vão abandonando a Jesus. Desistem. De fato, tudo tem um custo no seguimento de Jesus. Aos que não o querem pagar: dizem estar escandalizados.
Não creem. A fé é dom de Deus. É graça. Mas requer também a colaboração humana. A justificação nossa é graça: é gratuita, mas a salvação final, exige colaboração, livre, amorosa e constante. Jesus chamou doze: um, no entanto o traiu. Não aceitou, portanto, o projeto de Jesus. Até, traiu o mestre com um beijo: sinal de amor e respeito.
A obra de salvação é obra do Pai, do Filho, do Espírito Santo e nossa também. É preciso ouvir a Deus. Amá-lo, servindo os irmãos e irmãs. O Pai atraiu… Jesus veio e vem ao nosso encontro. O Espírito Santo age no coração humano. Mas eu devo, dizer “sim a Deus”. Hoje, aos que dizem, Deus não existir ou que tanto faz, se existe ou não. Outros afirmam que a vida não tem sentido. Deus nos respeita e nos ama, mas se rejeitado não nos obriga a mudar. Sou livre para me salvar com a graça de Deus ou para me perder eternamente sem ela. Podemos imitar Adão e Eva ou Judas Iscariotes. A liberdade é dom, mas pode tornar-se perigo ou até desgraça.
Quando os discípulos acharam duras, pesadas as palavras do mestre, alguns retrocederam. Jesus então perguntou aos doze: quereis vós, ir embora também? Pedro respondeu: a quem iríamos nós? somente tu tens palavras de vida eterna. Permaneceram com Jesus, não se arrependeram, mas se tornaram mártires. Foram fiéis. Não nos cabe julgar, mas hoje, não há os que abandonam o evangelho facilmente? A Igreja e a moral cristã? A decisão é nossa, minha e vossa.
