Nove dados sobre são João Batista

A Igreja celebra hoje (24) a natividade de São João Batista. Conheça nove aspectos da sua vida talvez sejam pouco conhecidos.

1) Sua relação de parentesco com Jesus

No evangelho de são Lucas (Lc 1, 36), a mãe de João Batista, Isabel, é descrita como “parente” de Maria. Isso significa que elas tinham, provavelmente, alguma relação de parentesco de sangue.

Isabel, sendo uma pessoa mais velha, talvez tenha sido tia ou tia-avó de Maria. Em consequência, Jesus e João Batista eram primos, no sentido estrito ou amplo do termo.

2) Seu ministério começou um pouco antes que o de Jesus

São Lucas nos dá a data precisa do início do ministério de são João Batista: “No décimo quinto ano do império de Tibério César… a palavra de Deus veio a João, filho de Zacarias, no deserto. Ele percorreu toda a região do Jordão, proclamando um batismo de arrependimento para o perdão dos pecados” (Lc 3, 1-3).

A informação é importante porque o ministério de Jesus começou um pouco depois desses acontecimentos. Seu batismo teria acontecido no ano 29 ou ao começo do ano 30.

3) Foi o precursor que anunciou a chegada do Messias

João Batista foi o precursor e arauto do Messias. Sua missão foi preparar o caminho para a chegada do Cristo, chamando as pessoas ao arrependimento, à conversão e batizando-as com água.

Ele também veio para identificar o Messias. Disse: “Também eu não o conhecia, mas vim batizar com água para que ele fosse manifestado a Israel” (Jo 1, 31).

Quando João batizou Jesus, o reconheceu e disse: “Eu vi o Espírito, como pomba, descer do céu e permanecer sobre ele. Eu não o conhecia, mas aquele que me enviou a batizar com água, disse-me: ´Sobre quem vires o Espírito descer e permanecer, esse é quem batiza com o Espírito Santo´” (Jo 1, 32-33).

4) Sua detenção afetou Jesus

Os evangelhos contam que João Batista e Jesus pregaram inicialmente na Judeia, perto de Jerusalém, na região sul de Israel. No entanto, João foi preso por Herodes Antipas, governador da Galileia e da Pereia, região que incluía uma parte do deserto próximo a Jerusalém.

São Mateus conta que, “ao saber que João fora preso, Jesus retirou-se para a Galilea” (Mt 4, 12).

5) Ensinou sobre a moral no trabalho

Coletores de impostos e soldados questionaram são João Batista sobre o que deviam fazer para agradar a Deus. O profeta pediu-lhes que fizessem os seus trabalhos de maneira justa.

“Alguns publicanos vieram para o Batismo e perguntaram: ´Mestre, que devemos fazer?´ Ele respondeu: ´Nada cobreis além do que foi estabelecido´. Alguns soldados também lhe perguntaram: ´E nós, que devemos fazer?´ João respondeu: ´Não maltrateis a ninguém, nem tomeis dinheiro à força e contentai-vos com o vosso soldo?” (Lc 3, 12-14).

6) Não foi a reencarnação de “Elias”

No Evangelho, quando Jesus descreve João Batista como o “Elias” que viria se referia ao cumprimento da profecia de Malaquias (Ml 3, 24), que não deveria ser interpretada de um modo literal, como faziam os escribas da época.

Quando o anjo Gabriel anunciou o nascimento de João ao seu pai Zacarias, disse que ele apareceria “com o espírito e o poder de Elias” (Lc 1, 17), ou seja, com a mesma força profética do Espírito Santo para realizar sua missão.

Assim foi João Batista, o precursor do Messias no Novo Testamento que, à semelhança de Elias no Antigo Testamento, preparou o caminho para a chegada do Senhor.

7) Era muito famoso

São João Batista atraiu multidões com sua predicação e com seu batismo. “Acorriam a ele Jerusalém e toda a Judeia e toda a região do Jordão” (Mt 3, 5).

O movimento iniciado por ele trouxe também seguidores de terras distantes. O livro dos Atos dos Apóstolos conta um pouco da história de Apolo, um cristão que chegou a Éfeso “versado nas Escrituras”, que “falava e ensinava com exatidão a respeito de Jesus, embora só conhecesse o batismo de João” (At 18, 24-25).

Além do Novo Testamento, o historiador judeu Flávio Josefo, do século I d.C., também escreveu sobre a atuação do profeta.

8) O filho de “Herodes, o Grande” o assassinou

João Batista morreu mártir por ordem de Herodes Antipas, um dos filhos de Herodes, o Grande.

Após a morte do rei, Antipas herdou o governo das regiões da Galileia e da Pereia. Mas se havia casado com Herodíades, esposa de seu irmão Herodes Filipe I.

João Batista se opôs publicamente ao escândalo e Herodes Antipas decidiu prender João (Mt 14, 3), mas Herodíades o odiava e desejava a sua morte.

Embora tivesse o profeta sob custódia, Herodes Antipas o protegia e o admirava como pregador: “Herodes respeitava João, sabendo que era um homem justo e santo, e até lhe dava proteção. Cada vez que o ouvia, ficava desconcertado, mas gostava de ouvi-lo” (Mc 6, 20).

Manipulado por Herodíades, Herodes Antipas decretou a morte de são João Batista. E mesmo depois da sua morte, o governador seguiu admirando-o. Quando começou a ouvir notícias sobre Jesus, pensou que Ele poderia ser João ressuscitado (Mc 6, 14) e tentou vê-lo com seus próprios olhos (Lc 9, 9).

9) Morreu por ódio

Herodíades, esposa de Herodes Antipas, odiava João pelas críticas públicas que ele fazia à sua união ilegítima. “João andava dizendo a Herodes: ´Não te é permitido ter a mulher do teu irmão´. Por isso, Herodíades o hostilizava e queria matá-lo, mas não conseguia” (Mc 6, 18).

Mas ela encontrou o momento e a forma de conseguir seu objetivo. Depois que sua filha Salomé deleitou Antipas com uma dança especial em sua festa de aniversário, Herodíades pôde manipulá-lo para que desse a ordem da morte de João por decapitação (Mc 6, 21-28).

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