“Senhor, sois meu louvor em meio à grande assembleia” (Sl 21/22)
Celebramos neste domingo o quinto do tempo pascal, esse tempo de alegria e esperança em que nos encontramos com o ressuscitado. Dentro de dois domingos celebramos a Ascensão de Jesus ao céu e na sequência Pentecostes. Somos enviados por Jesus, do mesmo modo que Ele enviou os apóstolos a ser mensageiros da boa nova e anunciar aos outros a alegria que vem do Senhor.
Vivemos num momento de grande tensão em que a paz mundial é ameaçada, em que as pessoas só pensam em si mesmas e não no próximo. Temos que rezar sempre pela paz, pois essa é a marca do ressuscitado, todas as vezes que Ele aparece deseja a paz aos seus discípulos do mesmo modo que os discípulos acolheram essa paz que o ressuscitado traz, cada um de nós é chamado a acolher do mesmo modo, e transmitir aos demais irmãos.
Estamos chegando ao final de mais um mês, na próxima quarta-feira, dia de São José Operário e Dia do Trabalhador iniciaremos o mês especial para a Igreja que é mês mariano. Peçamos a proteção de Maria para nós e nossas famílias e sejamos apóstolos corajosos do Senhor do mesmo modo que Maria foi.
No Evangelho de hoje Jesus afirma que Ele videira e nós somos os ramos, e os ramos devem estar intimamente ligados a videira e com isso devem produzir frutos. Esses frutos que devemos produzir é tudo aquilo que contribui para a edificação do Reino de Deus. Aquele que não está junto de Jesus não pode produzir frutos e nem edificar o Reino de Deus. O ramo que não dá fruto o Pai corta e joga fora, e aquele que dá fruto o Pai limpa para que dê mais fruto ainda. Que não sejamos cortados por Deus e possamos produzir muitos frutos de esperança e de paz.
A primeira leitura da missa desse Domingo é do livro dos Atos dos Apóstolos (At 9,26-31), esse trecho do livro de Atos dos Apóstolos retrata Saulo após a sua conversão indo ao encontro dos discípulos acompanhado por Barnabé. A conversão de Saulo, que depois viria a se chamar Paulo, consiste numa mudança de postura, ou seja, Saulo passa de perseguidor a fiel seguidor de Jesus. Por isso, os discípulos ainda estavam receosos e com medo de Saulo, mas Barnabé lhes explica que Saulo havia encontrado com o Senhor e aceitado Jesus.
Então, a partir desse momento Saulo é acolhido pelos discípulos e fica com eles, e começa a pregar o Evangelho. Depois, Saulo foi encaminhado para Tarso e a Igreja foi crescendo e se solidificando cada vez mais, graças a ação do Espírito Santo. Meus irmãos, a Igreja Católica tem mais de dois mil anos, conforme acompanhamos no livro dos Atos dos Apóstolos que retrata o início da Igreja primitiva. A Igreja só existe há todo esse tempo graças a ação do Espírito Santo, é por meio dele que temos a Eucaristia, que novos fiéis são batizados e que acontece o perdão dos pecados. Renovaremos a ação desse Espírito Santo na vida da Igreja no dia de Pentecostes.
O salmo responsorial é o 21 (22), que traz como refrão: “Senhor, sois meu louvor em meio à grande assembleia”. Devemos voltar sempre o nosso olhar para o Senhor, é D’Ele que nos vem o nosso socorro, somente N’Ele encontramos a segurança. Louvemos e agradecemos ao Senhor por tudo o que Ele faz em nossa vida.
A segunda leitura desse Domingo é da primeira carta de São João (1Jo 3,18-24), João em suas cartas insiste muito no tema do amor, ou seja, Deus nos ama infinitamente, mesmo apesar de nossos pecados, se Ele nos ama, devemos também amar o próximo. Justamente o que falta a humanidade nos dias de hoje é o amor e o respeito ao próximo, se amássemos mais o próximo haveria menos guerras. As pessoas estão muito sem paciência umas com as outras, não há espaço para o diálogo, mas tão logo já querem partir para as vias de fato.
Por isso, São João vai nos falar no primeiro versículo dessa leitura de hoje, não devemos dizer que amamos o outro somente da boca para fora, ou seja, temos que demonstrar esse amor com ações concretas. Essas ações seriam ser mais gentil com o outro, dar o alimento para quem tem fome, dar roupa para quem tem frio e dar atenção aos abandonados. Dessa maneira viveremos de fato a nossa religião católica, que é a religião do amor.
O Evangelho dessa missa é de João (Jo 15,1-8), nesse trecho do Evangelho de João, Jesus diz que Ele é a videira e cada um de nós somos os ramos, o Pai é o agricultor. Nós devemos estar intimamente ligados a Jesus e por isso produzir frutos. Esses frutos é tudo aquilo que advém do Reino de Deus, ou seja, paz, amor, perdão, alegria e misericórdia. Aquele ramo que produz fruto o Pai limpa para que produza mais frutos ainda, mas aquele não produz fruto e que não está ligado a videira que é Jesus, o Pai corta e joga fora.
Jesus permanece no meio de nós através da ação do Espírito Santo, Ele nos transmitiu a Palavra e agora somos enviados por Ele a anunciar essa Palavra aos demais irmãos. Quando ao final da missa o padre diz: “ide em paz e o Senhor vos acompanhe”, inicia a nossa missão e o momento oportuno para produzirmos frutos.
Como observamos na primeira leitura da missa de hoje, a Igreja ia crescendo e se consolidando a graças a ação do Espírito Santo e ao anúncio do Evangelho. É necessário que o Evangelho continue a ser propagado em todo o mundo nos dias de hoje, através de nós e iluminados pelo Espírito Santo.
Se permanecermos ligados a videira que é Cristo poderemos pedir o que quisermos a Ele, e Ele nos atenderá. Só estaremos de fato ligados a videira que é Cristo se cultivarmos uma vida diária de oração, se participarmos todos os Domingos da missa e exercermos as obras de caridade. Se assim agirmos, o Pai nos atenderá em todos os nossos pedidos.
Celebremos com alegria esse quinto Domingo da Páscoa e nos preparemos para a celebração de Pentecostes. Sejamos missionários do Senhor, estejamos ligados a videira que é Cristo anunciando o evangelho e a misericórdia que vem do Senhor aos demais irmãos. Vivamos na prática a nossa religião.