Pela vinda do Verbo encarnado, Deus veio ao nosso encontro. Céus e terra se deram as mãos.
Como foi, diferente o Natal de outrora (o primeiro), dos de hoje. Que silêncio. Quanta dignidade e simplicidade. E que pobreza. Maria – a Mãe – meditava, aprofundando a mensagem do mistério de Deus, feito homem. Os anjos cantavam: “Glória a Deus no mais alto dos céus.” Certamente, não desafinavam, como nós, às vezes. Onde estavam os doutores da lei? Os sumos sacerdotes e levitas? Os grandes, de então? Ausentes. Os pastores estavam presentes, e admirados diante do que constatavam. Vieram e voltaram, felizes, comentando o evento.
E o Natal hodierno? Que diferença! Às vezes, até meio escandaloso, pela sua dimensão comercial. Fazem-se festas, mas o festejado é, quase sempre, ausente. Aparece o papai Noel, cantando e dizendo “hô, hô, hô”. Na mesa de muitos, não certamente, na dos pobres, há chester, champagne e panetone. Nas ruas e casas, não faltam luzes, pinheirinhos, bem como música. E nos corações? Há paz? Gratidão? Oração? Contemplação? Em algumas, sim. Na grande maioria, talvez não, pela secularização da sociedade. Nestas se espera, certamente, a meia noite. Então, “pipocam” os fogos. E, cá e lá, lautos jantares ou ceias, com festivos abraços, desejando um “feliz Natal”. A verdadeira festa do Salvador nascido, fica para o próximo Natal… Na terra, onde Jesus nasceu, hoje, não há anjos cantando, nem pastores curiosos, mas soldados armados até os dentes, matando. Pais tristes, olhando para seus filhos tombados, entre eles, até crianças. Que diferença! Que lástima!
De minha parte, no entanto, desejo a todos(as), um santo e abençoado Natal, com muita saúde e felicidades.