Mariangela Jaguraba – Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta segunda-feira (06/11), na Sala Clementina, no Vaticano, os membros da Fraternidade Apostólica da Misericórdia, pelos seus 25 anos de fundação, e da Pequena Casa da Misericórdia de Gela, cidade italiana situada na Sicília, pelo seu 10° aniversário de fundação.
“Vocês vieram aqui como uma grande família, na qual cada um tem dons e tarefas diferentes e complementares. Esta rica variedade fala por si do caminho no qual, nos últimos anos, vocês desenvolveram um projeto de bem, articulado e concreto”, disse Francisco, acrescentando:
Partindo de situações de dificuldade, vocês procuraram abraçar todas as pessoas e a pessoa inteira na caridade, respondendo a várias exigências e promovendo diversas iniciativas: das refeições diárias aos pobres às oficinas de artesanato, dos serviços de reforço escolar aos espaços de diálogo para as famílias em dificuldade. É evidente que vocês se deixaram provocar e inquietar pelas necessidades dos irmãos e irmãs que Deus colocou em seu caminho, especialmente dos últimos e dos mais necessitados. Diante deles, vocês não “passaram adiante”, mas pararam, tornando-se próximo e cuidando deles com criatividade, coragem e generosidade, como o bom samaritano que não passou adiante, e isso é bom.
O Papa os encorajou a “prosseguirem com tudo isso” e os convidou a cultivar e fortalecer cada vez mais “a espiritualidade da Misericórdia e do Único Pão” que deu solidez e força ao trabalho deles desde o início. Sejam “humildes discípulos de Cristo Eucarístico e reveladores com Ele do rosto do Pai, tal como recomendou São João Paulo II, cujos ensinamentos os inspiram. Revelar, no serviço e no dom de si mesmos, a ternura do rosto do Pai”:
Queridos irmãos e irmãs, nas muitas ocupações em que vocês se dedicam todos os dias, nunca se esqueçam de que este é o sentido último de suas ações e sua vocação primária. Imitem Deus, que é próximo, compassivo e terno; sejam próximos das pessoas também, sejam compassivos, com muita compaixão e ternura. É preciso ternura na Igreja.
“Ao fazerem o bem, procurem desaparecer, com humildade, para que naquilo que vocês fazem só o Senhor apareça e todos cheguem a Ele. Santa Faustina Kowalska, outra inspiradora de sua obra, dizia que uma alma humilde influencia o destino do mundo inteiro, e isso porque a humildade aproxima de Deus e dos irmãos, é capaz de caridade delicada, discreta e silenciosa que torna nobre o dar, fácil o receber e natural o partilhar. Estar ali sem ser visto: isto não é fácil, isto também é santidade. Afinal, Deus nos ama assim: com humilde magnanimidade, momento a momento, dando-nos tudo sem pretender nada em troca!”, sublinhou Francisco.
O Papa indicou duas atitudes importantes com as quais os encorajou a continuarem seu caminho: “Uma santa inquietação criativa – como as crianças, sempre inquietas – e muita humildade, para estarem prontos e concretos em responder às necessidades de seus irmãos e irmãs e, ao mesmo tempo, levar todos a um encontro pessoal com o rosto misericordioso do Pai”, concluiu.