A dedicação à quietude na oração promove nosso crescimento na fé, na esperança e no amor
Aquietude interior é o testemunho de uma pessoa que vive pela fé e que sabe que é amada. Ficar quieto é habitar nesse amor. A dedicação à quietude na oração promove nosso crescimento na fé, na esperança e no amor.
Nossa capacidade de nos voltarmos para Deus em amorosa quietude é um dom que “vem diretamente do coração mais profundo do próprio Deus”, diz o místico dominicano John Tauler. A quietude aumenta nosso conhecimento de Deus na fé. Diz ele:
“Na obscuridade divina a alma entra, para ali estar unida a Deus numa quietude divina. E agora todo o sentido do que é agradável ou desagradável na vida está completamente perdido, e o conhecimento que a alma tem de Deus é tão elevado que parece que não era conhecimento, mas apenas uma união perfeita.”
Não é nenhuma surpresa que alcançar esta quietude exija ascese – o trabalho sagrado da autodisciplina. Pe. Tauler aconselha que os fiéis:
“Devem comportar-se de maneira muito virtuosa, nunca reclamar, nunca buscar conforto exterior – muito diferente daqueles que fizeram pouco progresso na virtude, que conhecem pouco de Deus em suas almas interiores. As pessoas realmente boas fogem de toda a multiplicidade da existência humana externa, estão sempre removendo os obstáculos à virtude, oferecem tudo a Deus e, por esse modo de vida, são levadas à Santíssima Trindade.”
Um desafio que vale o esforço!
A quietude também molda a forma como encaramos o futuro, encorajando as nossas expectativas com santa esperança. Como Pe. Gerald Vann, OP, reflete:
“Se nos recusássemos a viver na superfície da vida, se nos libertássemos, a qualquer custo, do ritmo frenético da vida moderna e nos ensinássemos a ficar quietos, a orar, então, nessa quietude orante, começaríamos a ser consciente dos horizontes distantes que dão sentido a este mundo. E assim começaríamos a fazer o trabalho de cada dia em Deus, com Deus e para Deus; e sua companhia vitalizaria nossas vontades e nos libertaria de nossa preguiça.”
E através da nossa quietude experimentamos o amor de Deus num grau nunca antes sentido. Nas palavras do Pe. Alfred Delp:
“Quando tudo falha, lembramo-nos de Deus e apelamos por ajuda. E na quietude deste contato sagrado a ajuda certamente virá. Mais cedo ou mais tarde, nossos esforços infrutíferos para escapar de nossas complicações deverão cessar; devemos perceber sua futilidade. Devemos ficar quietos o suficiente para perceber a onipresença de Deus, para sentir sua mão reconfortante e abrir nossos corações por dentro, silenciosamente, deixando sua cura acontecer. Então, as águas correrão sobre o solo árido e as coisas começarão a crescer novamente. Se ao menos ficarmos quietos…. Deus permite muitas feridas – mas também existem milagres.”