Beatificação do Padre Francisco de Paula Victor: dia 14/11/23

    Uns nasceram grandes, porque são procedentes de famílias ricas, cultas, nobres ou politicamente importantes. Outros vêm de lares, bem menos conhecidos, ou até descendentes de escravos, mas, protegidos pela graça de Deus, cresceram, tornaram-se grandes. Admiráveis. Imitáveis. Padre Victor, foi um deles. A Igreja se orgulha muito, recordando este seu filho, tão ilustre.

    Padre Francisco de Paula Victor nasceu em Campanha-MG, em 14 de abril de 1827. Filho de escravos. É preciso afirmar mais? Não. De fato, os escravos não tinham cidadania. Eram, simplesmente, escravos: submissos ou forçados a cumprir ordens, quando não, até torturados. Francisco de Paula Victor, tinha tudo, para ser apenas um número, “um zé”. Mas não foi assim. Desejava ser padre. Padre? Então deveria ir para o seminário. Mas como pagar os estudos? No entanto, ele foi. Muito determinado. Lutou e superou tudo: humilhações, pobreza, provocações, etc. Venceu. É claro: houve quem o ajudasse. Mas, ele fez sua parte, com nobreza. Seminaristas e colegas tiraram sarro. Negro? Padre? Não. Nunca. Mas os pessimistas, ainda mais, os racistas haveriam de beijar-lhe as mãos, no futuro. Deus ajuda a quem se ajuda, afirma o povo. Foi o que aconteceu com padre Victor. Não se tornou, um padre de sacristia. De fim de semana, pois trabalhar, ele sabia. Estudar, também. Assim, aprendeu a ser respeitado, amado e procurado. Com orações, de cá e de lá, e com a benção de alguns prelados e seu insuperável esforço, venceu. Repito: venceu com a graça de Deus.

    Quando sacerdote, sabia o que fazer. Amava a Palavra de Deus. Orava, com fé. Atendia ao povo de Deus com amor e o servia, com esmero. Era perseverante: sua cor não mudou, mas sua reputação crescia sempre mais e mais. Conseguiu, assim, admiração do povo, respeito das autoridades e estima dos colegas presbíteros. Chegou a dar aulas. Ensinou a cantar. Valorizava os pobres. Distribuía muito do pouco que possuía. Quando, criticado pela sua administração, um pouco fora dos padrões oficiais, mas bastante correta e cristã, foi socorrido pelo povo: pagaram suas dívidas. Tornou-se, assim, um homem de Deus, um sacerdote admirado: um pastor santo, na opinião de muitos.

    Agora, outros continuam a trabalhar por ele: pela sua beatificação, que aconteceu no dia 14/11/15. O povo de Deus espera mais: sua canonização futura. Eu não cheguei a conhecê-lo, pessoalmente, mas pelo que percebi, posso esperar, e devo desejar que ele possa chegar à honra dos altares, pois Deus não abandona os que o amam e o servem nos mais humildes e abandonados. Será – eu o recordo mais uma vez – beatificado no dia 14/11/15. Tornar-se-á, então, o primeiro padre negro, nascido no Brasil, esperando agora, a canonização. Assim, o povo de Deus o espera e nós, sem querer, por isso, dar recado à Roma e nem forçar a bondade divina. Três Pontas conhecida, até agora, quase somente, em Minas Gerais, será, então, reconhecida em todo Brasil e até no exterior. Valemo-nos do ensejo, para congratularmo-nos com seus parentes e saudarmos o feliz povo de Três Pontas. O Brasil precisa de santos, entre eles, esperamos que esteja o grande Padre Victor, de Três Pontas. Por fim, Deus seja sempre louvado.

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