Ir. Grazielle Rigotti, ascj – Vatican News
Celebrar um aniversário de canonização, não significa “apenas fazer uma lembrança agradecida dos dons de Deus e do caminho que percorremos, mas também nos perguntar que luz podemos receber para o presente e que legado somos chamados a acolher para o futuro”, disse o Papa Francisco, iniciando seu discurso aos peregrinos da Família Vocacionista, que foram recebidos pelo Pontífice na manhã desta segunda-feira, 22 de maio, por ocasião do primeiro aniversário da canonização de São Justino Maria Russolillo, celebrada em 15 de maio de 2022, na praça São Pedro.
O Papa sublinhou que, assim como nos dias de São Justino, também hoje há uma grande necessidade de cuidado com as vocações. Para tanto, e a exemplo do santo, Francisco indicou três caminhos: a oração, o anúncio e a missão.
O primeiro ponto, por diversas vezes destacado pelo Papa em seus discursos aos religiosos, de modo particular, é a importância da oração. Convidou os presentes a perguntar-se se rezam pelas vocações, visto que a oração é “raiz de todas as nossas atividades e de todo apostolado”, afirmou, ressaltando ainda que a primazia não é das obras, ou das estruturas e organizações, mas da oração, que é capaz de transformar.
“Ela tem a primazia. E é por isso que a primeira pergunta é: eu rezo pelas vocações? Pois quando entramos no espírito de contemplação e adoração, o Senhor nos transforma e podemos ser um reflexo do amor do Pai para aqueles que encontramos ao longo do caminho, para sermos pessoas novas, radiantes, acolhedoras e alegres. Quando nos tornamos assim, prestamos o primeiro serviço às vocações, porque aqueles que encontramos, especialmente os jovens, são atraídos por nosso modo de ser e pela escolha de vida que fizemos: eles podem ver a luz de Deus refletida em nossos rostos, Sua ternura e Seu amor em nossos gestos, Sua alegria no coração daqueles que se entregaram e se entregam inteiramente a Ele.”
Um segundo caminho apontado foi o anúncio, e sobre o tema, Francisco recomendou: “cheguem a todos com a alegria do Evangelho, ajudem as pessoas no discernimento espiritual, dediquem-se à evangelização!”
Ao final, tratando do espírito missionário, o Papa acrescentou e augurou o melhor modo de levar adiante a missão: “tornando-se capazes de acolher, de escutar, de se aproximar.”
“Queridos irmãos e irmãs, desejo que vocês sejam sempre um espaço aberto para acolher as pessoas e cuidar das vocações; um lugar de oração e discernimento para aqueles que procuram; um lugar de consolação para aqueles que estão feridos; uma “oficina do Espírito” onde aqueles que entram podem experimentar ser moldados pelo artesão divino que é o Espírito Santo.”