Ceará festeja 178 anos do padre Cícero

Estátua do Padre Cícero, edificada na cidade de Juazeiro do Norte no Ceará, no ano de 1969, considerada a terceira maior estátua de concreto do mundo – Crédito: Flickr/Hélio Freire da Silva

Hoje, 24 de março, é a data de nascimento do padre Cícero. Juazeiro do Norte e Crato no Ceará, têm seguido um cronograma especial de homenagens ao dia que marca os 178 anos de nascimento de ‘Padim Ciço’, como é conhecido e chamado por muitos de seus admiradores.

Hoje, uma procissão que acontecerá às 15h, e missa, às 17h, no Largo do Socorro, em Juazeiro do Norte, a programação que começou no domingo.

Hoje também, às 14h, serão apresentados na Biblioteca Parque Estadual, no Rio de Janeiro, documentos do Padre Cícero que foram restaurados pela Fundação Casa de Rui Barbosa. Título de Eleitor, fotos antigas, carta escrita por ele em Roma e até o atestado de óbito de sua mãe, também com sua assinatura, fazem parte do acervo que será exposto. A ligação de padre Cícero com terras fluminenses é familiar. Segundo pesquisas recentes, o nordestino tem parentes em Niterói, onde esteve em 1908.

Após dois anos em pausa por conta da pandemia, na madrugada de ontem para hoje também foi fatiado o tradicional bolo gigante do padre, sob queima de fogos e gritos de ‘viva o padre Cícero Romão!’. A tradição do bolo foi iniciada pelas afilhadas do sacerdote, chamadas de Cícera e Romana. Atualmente, confeitarias locais são responsáveis pelo bolo.

Nascido em 1844, Cícero Romão Batista realizou um trabalho pastoral ao longo de seus 90 anos de vida, com pregações e visitas domiciliares, conquistando a simpatia dos católicos. É considerado um ‘santo popular’ por muitos fiéis nordestinos. Hoje, Juazeiro do Norte é ponto de peregrinação de seus fieis.

Nascido em Crato (CE), foi ordenado padre em 1870 na capital cearense e um “milagre” ocorrido em 1889 transformou a vida do religioso e da cidade. Ao participar de uma comunhão geral, na capela de Nossa Senhora das Dores, a hóstia sangrou na boca de uma fiel. Logo a notícia se espalhou e o fato teria se repetido em público várias vezes. Juazeiro passou a receber peregrinos de vários lugares desde então.

Em 1894 padre Cícero foi punido com a suspensão da ordem. Dois médicos foram chamados para testemunhar o “milagre” e confirmaram o fato que só fortaleceu a crença do povo.

Padre Cícero foi chamado ao Palácio Episcopal e após investigação a igreja não aceitou o milagre, decidindo puni-lo. Em 1894 foi suspenso da ordem, acusado de manipulação da crença popular pelo Vaticano.

Proibido de celebrar missa e inconformado com a situação, padre Cícero foi ao Vaticano, em 1898, pedir revogação da pena ao papa Leão XIII. Saiu de lá com a vitória, mas o bispo não aceitou e pediu revisão do resultado.

Em 1911 o distrito de Juazeiro foi elevado a município e o Padre Cícero foi nomeado prefeito, realizando diversas benfeitorias. Levou para a cidade a Ordem dos Salesianos, doou o terreno para construção do aeroporto, abriu várias escolas, entre elas a Escola Normal Rural, construiu várias capelas, estimulou a agricultura e ajudou a população pobre, nos períodos de secas na região.

‘Padrinho’, como é chamado por muitos, morreu no dia 20 de julho de 1934, em Juazeiro do Norte, Ceará, local que até hoje celebra seus feitos e obras.

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