A Igreja celebra neste 2 de fevereiro, a Festa da Apresentação do Senhor e o Dia da Vida Consagrada. Para a data, foram dedicadas intenções de oração, reflexões sobre a missão no mundo atual e mensagens de ânimo para os milhares de consagradas e consagrados em institutos religiosos, monásticos, contemplativos, nos institutos seculares e “novos institutos”, membros do ordo virginum, eremitas e membros de sociedades de vida apostólica. A presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), irmã Maria Inês Ribeiro, divulgou uma mensagem em vídeo na qual reflete sobre a celebração desta quarta-feira, relacionando com as celebrações de Nossa Senhora da Candelária e da Apresentação do Senhor, e as figuras da luz e da oferta.
Em sua reflexão, ela destacou três pontos: o empenho dos consagrados do Brasil no processo sinodal; a comunhão com todos os que sofrem “o flagelo da fome, do desemprego, da covid-19 e da instabilidade democrática no nosso país”; e a reflexão sobre a “Ressignificação da vida religiosa consagrada”, em vista da 26ª Assembleia Geral eletiva da CRB, marcada para 19 a 22 de julho de 2022.
“É um apelo criativo a repensar a nossa animação, a nossa organização e projeção rumo aos 70 anos da Conferência dos Religiosos do Brasil. Deus pede que bebamos da seiva que alimenta a fraternidade, a solidariedade e a missão carismática de nossos institutos”, afirmou.
“Celebremos o dia mundial da vida consagrada com ardor e gratidão”, motivou irmã Maria Inês.
Não se pode compreender a Igreja sem elas
O Papa Francisco dedicou a intenção do Apostolado da Oração deste mês de fevereiro às religiosas e consagradas. Neste recorte especial às mulheres religiosas e consagradas, Francisco parte da valorização de sua presença na Igreja: “O que seria da Igreja sem as religiosas e as leigas consagradas? Não se pode compreender a Igreja sem elas”. Francisco agradeceu “por quem são, pelo que fazem e pelo modo como o fazem”.
“Encorajo todas as consagradas a discernir e a escolher o que convém para a sua missão diante dos desafios do mundo em que vivemos. Exorto-as a continuar trabalhando especialmente junto dos pobres, dos marginalizados, de todos os que estão escravizados pelos traficantes; peço-vos especificamente que atuem sobre estes problemas”, motivou.
O convite à oração é para “que mostrem a beleza do amor e da compaixão de Deus como catequistas, teólogas, acompanhantes espirituais”. Às religiosas, o pontífice convidou para que lutem quando forem tratadas injustamente, mesmo dentro da Igreja, quando o serviço feminino, “que é tão grande, é reduzido à servidão. E às vezes por homens da Igreja”.
“Não desanimem. Continuem dando a conhecer a bondade de Deus através das obras apostólicas que fazem. Mas sobretudo, através do testemunho da consagração. Rezemos pelas mulheres religiosas e consagradas, agradecendo-lhes a sua missão e a sua coragem, para que continuem a encontrar novas respostas aos desafios do nosso tempo”, incentivou o Papa.
Ser Igreja sinodal
A Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, comandada pelo cardeal brasileiro dom João Braz de Aviz, também divulgou uma mensagem aos religiosos por ocasião do XXVI Dia Mundial da Vida Consagrada. Na perspectiva sinodal, a carta deste ano destaca a “participação”, segunda palavra do tema do Sínodo 2021-2023, após, em 2020, refletir sobre a “espiritualidade de comunhão”.
Irmã Maria Inês Ribeiro também concedeu entrevista ao padre Luís Miguel Modino, na qual reflete sobre o chamado aos consagrados no “momento caótico” e “de grande confusão e desordem em nossa humanidade, em nosso Brasil”.
“A vida religiosa hoje está muito desafiada, com os números pequenos que todos temos, diante de tantas situações, envelhecimento, a falta de vocações”, situa a presidente da CRB. Diante desse contexto, reflete-se sobre o lugar da vida consagrada, recordando as experiências vividas e as histórias dos fundadores e fundadoras das congregações, os quais “iniciaram com essa abertura aonde a vida realmente mais necessita, aonde realmente precisa da presença salvadora, redentora de Deus”. Assim, reforça irmã Maria Inês, “nossa fé nos coloca aonde o mundo precisa, nos atira, como foi a presença de Deus no Êxodo, que está vendo esse povo que sofre”.
“Realmente, o lugar da Vida Consagrada é de ser profecia, de ser presença, de curar, de redimir, de salvar, de libertar, fora disso não há sentido para a Vida Consagrada”, destacou.
Como mensagem à Vida Consagrada, irmã Maria Inês oferece uma palavra de ânimo: “coragem, nós vamos vencer, é um período, uma etapa”. Para ela, o tempo atual é ocasião de encontrar “como ser resposta, como ser consagrados no mundo de hoje”.
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Com informações de Vatican News