Dom Pierbattista Pizzaballa (AFP or licensors)
Vatican News
“Promover o envolvimento de todos os órgãos eclesiais para que todos possam expressar livremente seu pensamento, como pede o Papa Francisco.” Este é o convite dirigido aos sacerdotes pelo Patriarca Latino de Jerusalém, dom Pierbattista Pizzaballa, em vista da abertura da fase diocesana do processo sinodal que na Terra Santa começará em 30 de outubro.
Numa carta dirigida aos sacerdotes, religiosos e fiéis leigos do Patriarcado, dom Pizzaballa ilustra o desenvolvimento, mas sobretudo o significado deste processo que conduzirá ao Sínodo dos Bispos em 2023, em Roma. “O tema proposto para a nossa reflexão, ‘Por uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão’, expressa claramente a intenção do Santo Padre de que a vida da Igreja seja cada vez menos centrada exclusivamente no clero e cada vez mais fruto de um envolvimento geral de todos os seus membros. O seu desejo é que haja uma participação plena na vida da Igreja”, explica dom Pizzaballa. “Não nos é pedido para preparar documentos longos e articulados, mas uma síntese deste caminho”, especifica a carta, lembrando as palavras do Papa Francisco no documento preparatório.
“Neste caminho”, salienta o patriarca, “os sacerdotes terão um papel crucial”, como “mediadores” entre os bispos e os pedidos dos fiéis. Daí o convite aos párocos para “serem protagonistas e promoverem o que o Santo Padre nos pede, assegurando que nossas comunidades sejam realmente envolvidas”, junto com a esperança de que “as outras realidades diocesanas se deixem envolver: paróquias, religiosos e religiosas, mosteiros contemplativos, seminários, jovens, grupos, movimentos, associações, migrantes e trabalhadores estrangeiros”.
“Todos aqueles que sentem que têm uma palavra a dizer devem poder fazê-lo”, seja para expressar gratidão, incompreensão ou desilusão. Mas, adverte o Patriarca Pizzaballa, é importante que esta fase do caminho sinodal não se limite a falar apenas de problemas, pois isso “tornaria tudo estéril e sem perspectiva”. Deve ser um caminho de escuta “iluminado pela Palavra de Deus”.
Daí a decisão de adotar o método do “Evangelho de Emaús”. Em termos concretos, trata-se de ir “fisicamente” aos Lugares onde Cristo apareceu e “falar sobre o que não está bem”. É realmente importante “ligar nossa experiência de vida às Escrituras e ver como elas podem iluminar os fatos salientes da vida e dar-lhes uma perspectiva diferente”.
Para ajudar na reflexão, o Patriarcado de Jerusalém enviará em breve um texto de referência com subsídios e questionários. O método ilustrado pelo patriarca Pizzaballa prevê encontros “em todos os níveis”: jovens com suas famílias, visitas a idosos em hospícios, nas casas, fiéis locais com trabalhadores estrangeiros, enfim, encontrar realidades não conhecidas antes. “Em vez de fazer discursos teóricos, “é útil ouvir e conhecer experiências, das quais aprender”.
O patriarca adverte que não devemos esperar “mudanças dramáticas” ou “frutos extraordinários” deste processo. Estes vêm depois de muito tempo e “se o trabalho foi feito no campo”. “Já seria um grande resultado se o Sínodo marcasse o início de uma nova forma de nos encontrarmos como comunidade, onde todos se sentem parte da vida uns dos outros, unidos na pessoa de Jesus, coração de nossa fé, que dá sentido ao nosso estar aqui na Terra Santa e que alimenta e ilumina o amor que sustenta a nossa vida”, conclui a carta.
A fase diocesana do Sínodo na Terra Santa será aberta simultaneamente em 30 de outubro em todos os territórios sob a jurisdição do Patriarcado: Galileia e Palestina, Jordânia e Chipre. Os coordenadores locais são: o sacerdote jesuíta David Neuhaus para a Palestina e Galileia, o sacerdote Melkite Mody Al-Hindalya para a Jordânia e o sacerdote maronita Ibrahim Khita para Chipre.
Vatican News Service – LZ/MJ