Jackson Erpen – Cidade do Vaticano
No Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, celebrado no sábado, 12 de junho, o Papa já havia tuitado a seguinte mensagem: “As crianças são o futuro da família humana: cabe a todos nós promover o seu crescimento, saúde e serenidade”.
Após rezar o Angelus neste domingo, Francisco voltou a falar sobre esta tragédia da exploração do trabalho infantil, recordando os dados da Organização Internacional do Trabalho que falam de 150 milhões de crianças vivendo nessa situação:
Ontem foi celebrado o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil. Não é possível fechar os olhos à exploração das crianças, privadas do direito de brincar, estudar e sonhar. Segundo estimativas da Organização Internacional do Trabalho, as crianças hoje exploradas para trabalhar são mais de 150 milhões: uma tragédia! 150 milhões: mais ou menos como todos os habitantes da Espanha, junto com a França e com a Itália. Isso acontece hoje! Tantas crianças que sofrem isso: exploradas pelo trabalho infantil. Renovemos todos juntos o esforço para eliminar esta escravidão de nossos tempos.
No relatório intitulado “Trabalho infantil: estimativas globais para 2020, tendências e o caminho a seguir”, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o UNICEF denunciaram o crescimento do drama do trabalho infantil.
De acordo com o relatório, o número de crianças envolvidas no trabalho infantil aumentou em 8,4 milhões nos últimos quatro anos. Em particular, aumentou o número de crianças entre os 5 e os 11 anos de idade que trabalham.
A África Subsaariana é a área com o maior aumento de crianças exploradas no trabalho. Devido a crises recorrentes, pobreza extrema e medidas de proteção social inadequadas, mais 16,6 milhões de crianças foram exploradas no trabalho nesta parte do continente africano.
Mas mesmo em regiões onde houve avanços nos anos anteriores, como Ásia-Pacífico e América Latina e Caribe, a Covid-19 está ameaçando essas conquistas. “Com o fechamento de escolas, dificuldades econômicas e orçamentos nacionais reduzidos em todo o mundo, as famílias estão sendo forçadas a fazer escolhas dolorosas”, disse a diretora do UNICEF, Henrietta Fore.