“Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” (cf. Mc 9,7c)
Ao avançar durante este tempo penitencial, o Segundo Domingo da Quaresma nos insere no caminho da escuta atenta a Deus. A Liturgia nos convida a refletir sobre a obediência a Deus, através da escuta obediente e orante da Palavra como norte no caminho da vida e da salvação.
Na Primeira Leitura extraída do Livro do Gênesis (Gn 22,1-2.9a.10-13.15-18), é nos apresentado a fé e a obediência de Abraão em Deus, onde aceita ao apelo do Senhor (mesmo sendo contra aos seus planos pessoais) em entregar o seu primogênito Isaac, em sacrifício. Ora, a prova em entregar o seu único filho a Deus, de ouvir e atender tal pedido, faz de Abraão um homem grande e escolhido o pai de uma numerosa descendência, pois o próprio Deus promete – “Juro por mim mesmo – oráculo do Senhor -, uma vez que agiste deste modo e não me recusaste teu filho único, eu te abençoarei e tornarei tão numerosa tua descendência como as estrelas do céu e como as areias da praia do mar. Teus descendentes conquistarão as cidades dos inimigos. Por tua descendência serão abençoadas todas as nações da terra, porque me obedeceste” (Gn 22,16-18).
O Evangelho de Marcos (Mc 9,2-10), relata a Transfiguração de Jesus. A manifestação divina testemunha por Pedro, Tiago e João, nos aponta que o Cristo é a verdadeira voz a ser ouvida e a testemunha fiel do plano de Salvação de Deus. Afinal, na Transfiguração é dada a dualidade da característica de Jesus, a Lei e a Profecia, em que tais são representadas por Moisés e Elias. Ora, Deus reafirma Seu plano de salvação quando exclama aos discípulos que ali estavam: “Este é o meu Filho amado. Escutai o que ele diz!” (cf. Mc 9,7c). Então, ouvir a voz de Jesus, é ouvir o próprio Deus que nos ama e nos convida testemunhar o amor que tanto tem por cada um de nós.
A Segunda Leitura retirada da Carta de São Paulo aos Romanos (Rm 8,31b-34), nos recorda que Deus nos ama com um amor imenso eterno. E a maior prova de tudo isto é a entrega de Jesus Cristo em expiação de nossos pecados e a salvação do mundo. E tal texto nos faz refletir que que não temos nada a temer, pois “se Deus é por nós, quem será contra nós? Deus que não poupou seu próprio filho, mas o entregou por todos nós, como não nos daria tudo junto com ele?” (cf. Rm 8,31b-32).
Prossigamos em oração e discernimento nesta Quaresma, vivificados na confiança sem medidas em Deus. Sob a Luz do Evangelho, possamos testemunhar através das ações da escuta e obediência, o plano de amor de Deus a cada um de nós.
Saudações em Cristo!