Mariangela Jaguraba – Vatican News
Foi divulgada, na tarde desta quinta-feira (03/12), a videomensagem do Papa Francisco para o 23º Dia da Pastoral Social na Argentina sobre o tema “Por uma cultura do encontro, um país para todos. Fraternidade e amizade social”.
Este é um tema que preocupa o Pontífice, “porque pelo pecado, pelas tendências, vamos sempre em direção à inimizade, à guerra, esquecendo que a nossa vocação é a da harmonia, da fraternidade, é ser irmãos. Amizade social”.
Inimigos da amizade social
“Olhando como vai o mundo, guerras para todo lado, estamos vivendo a Terceira Guerra Mundial em pedaços. Isto não é amizade social. Olhamos muitos países onde não se sabe dialogar, se grita. Antes que a outra pessoa termine de expressar o seu pensamento, já estamos respondendo, sem ter ouvido”, sublinha na mensagem de vídeo.
Segundo Francisco, “não pode haver amizade social sem ouvir, sem ouvir o outro. Para ouvir o outro deve haver no meu coração a convicção de que o outro tem algo de bom para me dizer”.
A seguir, o Papa cita dois grandes inimigos da amizade social. “O primeiro são as ideologias que comandam tudo. Elas tendem a comandar e as ideologias conseguem desarmar a concretude da natureza humana. O segundo inimigo são as paixões. A paixão muitas vezes tenta eliminar o outro. Não deixa o outro ocupar o seu lugar.”
Existe muita inimizade social
“Ideologias e paixões em todo o mundo vão contra a amizade social. É verdade que existem bons núcleos de amizade social no mundo, mas também é verdade que existe muita, muita inimizade social”, frisa o Papa.
O Pontífice mencionou como exemplo as guerras, mas convidou a olhar para algumas periferias. “Olhamos para as crianças sem escola, para as pessoas que passam fome, para as pessoas que não têm assistência médica, para a imensa quantidade de pessoas que não têm água encanada, para as pessoas que não têm acesso ao mínimo para viver com dignidade. Esses são os sinais de que no mundo de hoje não existe amizade social.”
De acordo com o Papa, devemos nos perguntar se existe amizade social ao nosso redor, nos lugares onde vivemos, onde trabalhamos.
Se houver amizade social, não haverá guerras
“Se houver amizade social, não haverá guerras ou necessidades de qualquer tipo, e nenhuma educação que não funcione bem. Não nos esqueçamos dos dois grandes inimigos: as ideologias que querem tomar posse da experiência vivida de um povo e as paixões, que são sempre como um rolo compressor, que vão adiante e destroem em vez de dialogar.”
O Papa conclui a videomensagem, convidando os participantes do 23º Dia da Pastoral Social a darem o melhor de si e serem concretos, “a não refletir no abstrato, mas com os pés no chão, com dados concretos”.