Neste 23 de setembro, que marca Dia Internacional contra a Exploração Sexual e o Tráfico de Mulheres e Crianças, o portal da CNBB apresenta a experiência da irmã Marie Henriqueta Ferreira Calvacanti, da Congregação das Irmãs de Caridade. Ela mora em Belém do Pará e atua na paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição, no bairro do Marco.
A religiosa coordena na Comissão Justiça e Paz do regional Norte 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) as ações de um dos eixos do trabalho desta comissão que é o “Enfrentamento da violência sexual e o tráfico de pessoas”. Segundo ela, na região Norte do país o fluxo desta da exploração sexual e do tráfico de pessoas é muito intenso.
A irmã conta que a Comissão de Justiça e Paz do regional Norte 2 recebe denúncias de mercantilização de crianças em troca de um comida, pelo valor de R$ 2.00 e de óleo diesel. “Lamentavelmente temos um grupo grande de crianças da região ribeirinha que são exploradas e negociadas como objetos em forma de mercantilização perversas”, disse. Ela conta que uma das modalidades do tráfico de pessoas é o desaparecimento e a exploração sexual de crianças.
Monitoramento de políticas públicas
Como um dos objetivos da Comissão é Promover a Cultura de Paz, a irmã Marie Henriqueta disse decidiram enfrentar este crime para defender a vida das pessoas que são atingidas por esta prática criminosa de uma forma tão cruel. Neste sentido, a Comissão monitora os planos de ação e políticas públicas de enfrentamento da violência sexual e do tráfico de pessoas que existem no Estado do Pará.
Na região, a Igreja Católica integra os Comitês de Enfrentamento, compostos pela sociedade civil e órgãos do Estado. “O nosso papel é justamente cobrar a efetivação de políticas públicas para fazer valer esse enfrentamento e do atendimento às vítimas destes crimes”, apontou.
Um dos trabalhos da Comissão de Justiça e Paz do Norte 2, segundo informou a religiosa, é dar visibilidade e promover os direitos de crianças e adolescentes, cobrando dos poderes que cumpram com seu papel de fazer com que essas práticas criminosas não sejam apenas combatidas mas também enfrentadas com políticas públicas e serviços de qualidade e que o Estado saia de uma postura de quase omissão quanto à situação para maior cuidado e proteção da pessoas nos rincões mais distantes da sociedade.
“Fazemos um trabalho preventivo, de promoção e de qualificação e o nosso papel é cobrar e fazer o processo de denúncia uma vez que a Comissão de Justiça e Paz do regional Norte 2 é uma porta aberta neste enfrentamento”, disse irmã Henriqueta.
O bispo da prelazia de Marajó (PA) e presidente da Comissão Especial Pastoral para o Enfrentamento ao Tráfico Humano da CNBB, dom Evaristo Pascoal Spengler, (em pé, à direita, na foto de capa) é um grande incentivador deste trabalho.
Conheça o trabalho da CNBB no Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas:
https://www.cnbb.org.br/o-enfrentamento-ao-trafico-humano-nao-e-so-de-uma-comissao-mas-da-igreja-diz-dom-evaristo/