A realidade preocupante do tráfico de pessoas e exploração sexual na região do Amazonas tem sido enfrentada por ações das congregações religiosas reunidas na Rede Um Grito Pela Vida. A iniciativa mais recente da Rede foi o lançamento da cartilha “O sumiço de Carolina”, publicação destinada às crianças e adolescentes para a conscientização sobre o aliciamento e prevenção contra o tráfico de pessoas e exploração sexual.
O livro é fruto de uma parceria entre a Rede Um Grito Pela Vida e o Núcleo de Estudos de gênero, família, conflitos e sexualidades da Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Durante a preparação do material, tanto o autor da história, o universitário Natã Souza Lima, quanto a Rede, tiveram o cuidado de garantir que o texto fosse de fácil compreensão, especialmente para o público-alvo, vítimas em potencial destas modalidades de crimes, como explicou a articuladora da Rede Um Grito Pela Vida em Manaus, irmã Roselei Bertoldo, religiosa da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria.
Segundo irmã Roselei, “o objetivo principal da Cartilha é a divulgação de informações sobre o tráfico de pessoas e a exploração sexual”. “Buscamos construir uma linguagem adaptada à realidade da região norte do Brasil, onde ocorre grande parte dos casos de tráfico de pessoas, relacionados à exploração sexual de crianças e adolescente”, frisou.
Graças ao financiamento solidário entre congregações religiosas, a Cáritas e algumas paróquias da arquidiocese de Manaus (AM), foi possível a impressão de 20 mil exemplares da obra. “Embora o número de exemplares ainda seja pouco, vamos levar a cartilha para as crianças e adolescentes das escolas públicas e privadas do estado do Amazonas”, disse irmã Roselei.
O “Sumiço de Carolina” foi lançado no sábado, 25, durante o I Seminário Igreja e Sociedade, promovido pela Cáritas arquidiocesana. Na ocasião, o arcebispo metropolitano de Manaus, dom Sérgio Castriani, valorizou a iniciativa da Rede Um Grito Pela Vida como uma “importante ação de proteção, sobretudo diante do alto índice de desaparecimento, tráfico e exploração sexual de crianças e adolescentes na realidade amazônica”.
Fonte: CNBB