Estudos recentes de Harvard apontam alta carga viral em crianças
No Estado de São Paulo elas estão marcadas para 7 de outubro, mas a secretaria de saúde ainda está elaborando os protocolos e planos de testagem a serem implementados caso a data se mantenha.
Mas, como vem sendo comum desde o início da pandemia, essa previsão pode mudar a qualquer momento.
Um estudo da Universidade de Harvard publicado nesta semana indica que crianças infectadas possuem maior carga viral do que maiores de 18 anos.
Foram avaliadas 192 pessoas com idades entre 0 e 22 anos que estavam internadas no Massachusetts General Hospital. Destas, 68 eram crianças e nelas foi observada uma maior concentração do vírus, a chamada carga viral.
“Não esperava que a carga viral fosse tão elevada”, disse Lael Yonker, diretora do Centro de Fibrose Cística do Massachusetts General Hospital e principal autora do estudo.
“Você pensa em um hospital e em todas as precauções tomadas para tratar adultos gravemente doentes, mas as cargas virais desses pacientes hospitalizados são significativamente mais baixas do que de uma ‘criança saudável’ que anda por aí com uma alta carga viral de Sars-CoV-2”, explica a médica.
Até então pensava-se que, por terem menos receptores imunológicos ao vírus Sars-CoV-2, o novo coronavírus, as crianças estariam menos propensas a serem infectadas.
A explicação seria que os infantos ainda não desenvolveram tantos anticorpos quanto os adultos, de modo que o vírus encontraria uma passagem desobstruída para entrar no organismo da criança.
Ao mesmo tempo, as plenas condições físicas da criança favorecem com que ela não desenvolva sintomas da doença. Mas ela continua sendo um potente agente transmissor do Sars-CoV-2.
Por isso especialistas pedem que se dê atenção em especial aos hábitos de higiene das crianças, que, intuitivamente táteis, tendem a encostar em tudo e, dependendo da idade, a levar objetos à boca.
Também é preciso educá-las sobre usar máscaras e não encostar uns nos outros. O tipo de cuidado que é difícil controlar quando crianças estão aglomeradas em uma sala de aula, em um corredor ou em um pátio escolar. Ainda, por mais dor no coração que isso possa trazer, é recomendável que a criança não entre em contato com pessoas de risco.
Diversos países do mundo enfrentam esse dilema sobre a melhor data para uma volta às aulas. O portal norte-americano The Verge escutou uma série de professores dos Estados Unidos sobre a opinião deles quanto a volta às aulas.
Mesmo cientes de que muitas mães estão sem ter com quem deixar seus filhos para trabalhar durante o dia, elas expressam enorme preocupação com a própria saúde e com a de seus entes queridos.
Assim como demonstram preocupação por uma eventual falta de renda caso adoeçam.
“Vendo os índices de infecção atuais na minha região e conhecendo o tamanho da minha escola e conhecendo os tipos de colegas vulneráveis que eu tenho, não tenho dúvidas de que algumas pessoas vão morrer se a escola voltar a ser cara a cara”, diz Kristen, professora de uma escola no Texas que está dando aulas virtualmente.
No Brasil, quase 40% dos alunos de escola pública não tem conexão com a internet em casa.