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“Estamos em boas mãos”. Foi com uma “injeção de ânimo” que o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cardeal Kurt Koch, iniciou sua entrevista ao Media Center da Conferência Episcopal da Suíça, país onde nasceu.
Como todos os demais, também o purpurado tem limitações objetivas no exercício de seu trabalho, causadas pelas restrições impostas pela propagação da epidemia. “Uma Sexta-feira Santa prolongada – como ele descreve sua vida hoje em dia em Roma – uma situação é paradoxal. A essência do ecumenismo está no diálogo, mas o diálogo não pode ser feito sozinho”, observou.
As visitas do exterior foram canceladas, as reuniões de trabalho estão adiadas indefinidamente. “Mas por outro lado, as Igrejas estão demonstrando sua solidariedade precisamente nesta crise”, afirma o cardeal Koch, que recorda como em 70 anos de vida nunca tenha vivido uma experiência do gênero: “O vírus mostra que não temos tudo sob controle”, disse ele.
Segundo o purpurado, de fato, a atual crise afeta quer os comportamentos sociais como o coração da mensagem cristã.
“Acolhamos o convite para reconsiderar nossas prioridades na vida”, sublinha, recordando que Jesus nunca deixa de participar do sofrimento humano: “Esta é a mensagem mais poderosa que o cristianismo pode dar, sobretudo agora. Mas proclamar essa mensagem pela Palavra e o Sacramento é uma das dificuldades do momento”.
Sobre como transcorre seus dias com as limitações decorrentes da pandemia, o purpurado conta que vive um abrandamento forçado dessas semanas como uma oportunidade para meditar: “O tempo que é liberado é investido em oração”.
Por fim, sobre as perspectivas que o futuro nos reserva, o cardeal Koch diz estar confiante e tranquilo, porque “a morte tem apenas a penúltima palavra – Deus tem a última palavra e isso significa vida”.