Fraternidade com os irmãos desabrigados

    Estamos na época das chuvas e consequentes enchentes. Como é do conhecimento de todos o que está acontecendo em relação a estas últimas chuvas no Norte Fluminense, no Espírito Santo, em Minas Gerais e aqui mesmo em alguns locais de nossa região metropolitana. Causa-nos tristeza profunda a notícia da existência de vítimas fatais, bem como dos desabrigados que perderam seus entes queridos e assistiram à destruição de suas casas e de seus bens.  As consequências das chuvas e enchentes na região Sudeste do Brasil são enormes. Em momentos como este, todos nos sentimos envolvidos, identificados com o sofrimento de tantas pessoas, que se veem atingidas por esta fatalidade inesperada.

    Primeiramente, expressamos nossa solidariedade com todos os envolvidos nesta tragédia, incentivamos a todos os que estão procurando prestar os auxílios necessários, confiamos nas iniciativas do poder público, e na soma de esforços de todos, tão necessária em momentos como este. Tenho visto muita gente doando e se interessando. Isso nos faz recordar a fraternidade entre os cristãos que contagia a todos.

    Com nossa solidariedade fraterna queremos diminuir o sofrimento dos que sofrem mais de perto as consequências destes fenômenos, cujas lições nos apontam o caminho das responsabilidades que precisam ser assumidas por todos.

    Sempre nesses momentos a Cáritas Arquidiocesana é acionada como elemento de ligação de todas as paróquias e capelas de nossa arquidiocese, como ponto de coleta das doações materiais: vestuário, calçados, produtos de higiene, alimentos, água etc. Além disso, a Cáritas também disponibiliza uma conta de doações para as emergências, isto é, para receber as doações em dinheiro, que vão sendo disponibilizadas, conforme a necessidade para cada local atingido. É um gesto de solidariedade e acolhimento que realiza de uma forma muito concreta o que a nossa fé nos apresenta, recordando as palavras de São Paulo: “(…) que os membros do corpo de Cristo sejam solícitos uns pelos outros. Se um membro sofre, todos sofrem com ele (…)” (1 Cor 12, 25-26).

    Nossa missão evangelizadora deve ser sempre marcada por uma presença da igreja arquidiocesana junto aos que sofrem. Nosso desejo é que as pessoas que passam por esse momento sintam a nossa proximidade, o nosso estar junto, nesse contexto de sofrimento e de dor, porém com a esperança de podermos ajudar, naquilo que nos é possível, a minorar um pouco as dores. Que intensifiquemos nossas doações, a fim de aliviar a dor e reavivar a esperança na certeza da superação de tamanha tragédia.

    É por isso que gostaria de uma vez mais dirigir meu apelo a todos os fiéis da arquidiocese do Rio de Janeiro, assim como a todos os homens de boa vontade para que continuem ajudando, com aquilo que for possível, nossos irmãos necessitados. As chuvas ainda não cessaram. Muitas cidades ainda nem tiveram tempo de se recuperar de um fenômeno e já tem de lidar com outro. As ajudas podem ser dirigidas diretamente para as paróquias e comunidades ou para a Caritas Arquidiocesana do Rio de Janeiro por meio de depósito na conta bancária: Banco Bradesco, Ag. 0814; CC: 48.500-4. Os gêneros alimentícios não perecíveis, material de higiene, água, roupas e outras doações podem ser encaminhadas para o Hospital São Francisco na Providência de Deus, na Tijuca.

    Sabemos que a estação do verão é marcada por fortes chuvas e a posição geográfica das nossas cidades, por estarem na rota da zona de convergência do Atlântico Sul, por onde escoa toda umidade vinda da Amazônia, faz com que as cidades da região sudeste sejam frequentemente atingidas por estes fenômenos naturais.  Mas sabemos também que as consequências destes fenômenos não devem ser atribuídas somente a causas naturais. Vários fenômenos que tem por origem a intervenção humana favorecem a intensidades das consequências destes fenômenos em nosso meio.

    A certeza de que Deus está sempre próximo de nós deve nos levar a uma atitude de proximidade em relação aos outros, em especial aos que mais necessitam. São muitas as situações de pessoas que necessitam dessa proximidade, principalmente para compartilhar as suas necessidades. Essa é nossa missão de Igreja: ser missionários e manifestação da proximidade de Deus em relação aos homens.

    Que possamos intensificar nossas doações, a fim de aliviar a dor e reavivar a esperança na certeza da superação destas calamidades. Com a confiança em Deus, Pai, Filho e Espírito Santo encomendamos as almas das pessoas falecidas de maneira trágica e confiamos o seu eterno descanso ao Pai. Unidos às famílias necessitadas as abraçamos e queremos estar próximos na confiança da esperança da vida.

    Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do nosso Brasil e de todo o nosso povo, venha confortando, com sua presença materna, a todos os necessitados. Deus abençoe a todos.

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