A humildade acalma a alma, aprimora as habilidades de liderança, ajuda no autocontrole, aumenta o desempenho no trabalho e melhora os relacionamentos
Durante toda a minha vida, lutei com arrogância. Meu confessor provavelmente está exausto de ouvir sobre isso. Tenho pensamentos de julgamento que eu gostaria de nunca ter imaginado, assim como a indiferença com que tratei outras pessoas.
A arrogância é sintoma de uma mente que carece de sabedoria. O primeiro passo em direção à sabedoria, diz Sócrates, é a capacidade de maravilhar-se. Uma pessoa que olha maravilhada para o universo tem um fascínio infantil pelo mistério de tudo o que não entende. Uma pessoa que se pergunta tem apreço por outras pessoas e se maravilha com o quão únicas e interessantes elas são. Essa atitude de admiração leva à sabedoria, porque nos leva a ouvir e aprender humildemente. Por outro lado, uma pessoa arrogante não é sábia, porque pensa que já sabe tudo e não tem nada a aprender. Essa arrogância, pelo menos até onde eu a examinei, é uma insegurança oculta, uma necessidade de impressionar os outros.
Todos nós precisamos constantemente nos monitorar quanto à arrogância. É o tipo de vício que leva à estagnação, e não ao crescimento pessoal, porque uma pessoa arrogante ou acha fácil mudar e acaba fracassando, ou nunca concebe a necessidade de mudar em primeiro lugar. A mudança é possível, mas é muito, muito difícil, por isso teremos muito mais sucesso se abordarmos nossos objetivos com humildade. É por isso que Santo Agostinho diz: “A humildade é a base de todas as outras virtudes”. Tudo o que fazemos será melhor com uma dose de humildade, por isso vale a pena pensar sobre isso.
Mas o que é humildade? São Tomás de Aquino, em uma definição simples, mas precisa, diz: “A virtude da humildade consiste em manter-se dentro dos próprios limites”. Portanto, se desejamos ser humildes, devemos nos conhecer com precisão para que possamos saber quais são os nossos limites. Precisamos saber o que podemos e o que não podemos fazer. Uma pessoa humilde é honesta.
Alguns anos atrás, quando comecei a levar a sério o conceito de humildade, decidi me examinar honestamente. Minha primeira percepção foi que eu não podia simplesmente deixar de ser arrogante e mudar da noite para o dia. Havia algumas pessoas na minha vida que demonstravam grande humildade e me inspiraram. Eu queria ser como elas, mas sabia que não estava nem perto. Tornou-se claro que eu precisava desenvolver melhores hábitos e começar a dar pequenos passos em direção a esse objetivo maior.
Existem certos hábitos de humildade que todos podemos desenvolver. Mesmo que não nos sintamos humildes, com o tempo esses hábitos construirão um comportamento mais humilde e, eventualmente, a mudança externa será internalizada. Encontrei algumas boas dicas na internet: cultive uma mentalidade generosa, diga “obrigado” com frequência, fale sobre “nós” em vez de “eu”, peça feedback, faça perguntas, ouça e, como já falamos neste artigo, desenvolva o sentimento de admiração.
Praticar a humildade resulta em toda uma gama de benefícios. Acalma a alma, aprimora as habilidades de liderança, ajuda no autocontrole, aumenta o desempenho no trabalho e contribui para relacionamentos melhores e mais saudáveis. O que aprendi durante minha jornada pessoal em direção à humildade é bastante simples: as pessoas realmente gostam mais de mim (e eu não estou sendo arrogante, é verdade!). Também notei que recebo informações e conselhos valiosos se estiver disposto a ouvir, mesmo em áreas que achava que estava sob controle.
Nunca há um momento em que possamos relaxar e declarar que, finalmente, somos mais humildes que todos os outros. Mas o fato de a jornada estar em andamento é uma boa notícia. Isso significa que sempre há algo novo ao virar a esquina. Talvez se tornar mais humilde seja uma resolução que todos devemos tomar todos os anos. Se continuarmos trabalhando, quem sabe o que somos capazes de realizar?