No mês de março comemoramos uma data pouco lembrada. Trata-se do Dia contra a Discriminação Racial. Esta data ficou marcada devido ao protesto de 20 mil negros contra a lei do passe na cidade de Joanesburgo, capital da África do Sul no ano de 1960. A lei obrigava os negros a portarem cartões de identificação, com os locais por onde podiam circular impressos. Apesar da passeata pacífica, os manifestantes foram recebidos pelo Exército com violência, o que resultou em dezenas de mortos e feridos. A ação ficou conhecida como o Massacre de Shaperville. Para que esta tragédia não fosse esquecida, a ONU – Organização das Nações Unidas – instituiu 21 de março como o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial.
Intolerância ao diferente
Já vem de longa data a intolerância racial, por causa da dificuldade que temos de lidar com o diferente. Ele é sempre uma “ameaça” à nossa tranquilidade, assim surge fortemente o preconceito. Muito embora negado pela maioria, tornou-se uma das coisas mais difíceis de se lidar. Mas, o que seria mesmo o preconceito? São conceitos pré-elaborados, pré-definidos, ideias prontas carregadas de intolerância, que invadem o nosso mundo e também o mundo das nossas crianças e adolescentes.
Não nascemos com preconceito, mas acabamos por reproduzi-lo em diferentes situações. Quero destacar aqui o preconceito entre religiões, que desencadeia conflitos em várias partes do mundo, noticiados diariamente nos meios de comunicação. Muitas crianças e adolescentes sofrem discriminação por causa da religião que professam desde tenra idade. Como tratamos esta questão com eles? Como eles lidam com as crianças e adolescentes de religiões e credos diferentes? Em nosso trabalho de missionários nós reforçamos esta diferença ou nos aproximamos com amor e respeito?
No encontro com a mulher fenícia, Jesus também percebe que a Salvação trazida por Ele não é privilégio de um povo restrito, mas, se estende a todos que acreditam em sua Missão (cf. Mc 7, 24-30). Na Declaração dos Direitos da Criança, em seu 1° Princípio o direito é extensivo a todas as crianças sem discriminação alguma, independentemente de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou outra […]. Como missionárias e missionários, devemos estar abertos ao outro, com esperança, amor e respeito ao diferente. Lembrando dom Franco Masserdotti, no convívio com o diferente fazemos a experiência da esponja que, mesmo encharcada de água (outra cultura) ou pressionada, permanece esponja. Dessa maneira, “a criança missionária coloca-se à disposição de todos com alegria” (2° Compromisso da Criança Missionária).
De todas as crianças do mundo, sempre amigos!
Fonte: Garotada Missionária