Andressa Collet – Cidade do Vaticano
A Nicarágua transcorre o mês de setembro de comemorações à pátria, e a Conferência Episcopal do país convidou a população a usar este período para celebrar, sem medo, e a rezar pela justiça e pela paz durante esta semana. Até o próximo domingo (15), cada diocese organiza aquela que foi motivada como “Semana de Oração pela justiça e paz”, inspirada no Salmo 85 sob o lema “Justiça e Paz se beijarão”.
O bispo de Granada, Dom Jorge Solórzano Pérez, porém, comenta que as dioceses foram orientadas a seguir um calendário específico para envolver diferentes grupos das comunidades. No domingo (8), quando iniciou a Semana de Oração, a sugestão era de motivar as crianças e catequistas; na segunda-feira, (9) os agricultores; nesta terça (10) o clero, religiosos e agentes pastorais; na quarta-feira (11), os movimentos de leigos; na quinta (12), as famílias; na sexta-feira (13), celebrações penitenciais para todos; no sábado (14), os doentes; e no último dia da semana, no domingo (15), os jovens e a oração pelas autoridades.
Dessa forma, segundo informações da agência de notícias Fides, o país inteiro poderá rezar pelos temas que o país está vivendo e sofrendo atualmente, como a luta pela justiça, a liberdade, a vida democrática da Nicarágua e pelos perseguidos e encarcerados injustamente.
O mês da pátria
O bispo de Matagalpa, Dom Rolando José Álvarez Lagos, convidou a celebrar sem medo o “mês da pátria”. De fato, no dia 15 de setembro a Nicarágua celebra a Independência Nacional. Pela data comemorativa, Dom Álvarez convidou todos a expor a bandeira, símbolo da pátria, durante toda a Semana de Oração e por todo o mês. Segundo ele, é uma forma da própria população exortar os sofrimentos de grande parte do país e que recaem sobre “os pobres, os que têm fome, aqueles que são excluídos da sociedade pela prepotência dos mais fortes”.
Semana de Oração vivida em clima tenso
Por causa das sistemáticas perseguições do regime de Ortega contra as igrejas, bispos e fiéis críticos da ditadura, a Semana de Oração pela Nicarágua acontece em meio a um clima tenso em torno dos fiéis. Em recente entrevista concedida por Dom Juan Abelardo Mata, o bispo de Estelí e secretário-geral do Episcopado admitiu que a Igreja católica se sente perseguida pelas forças militares do governo, como se viu em Masaya.
A posição dos bispos da Nicarágua em relação ao diálogo com o governo foi atualizada nessa mesma entrevista, datada de 26 de agosto, quando Dom Mata afirmou: