O Papa Francisco agradeceu à Pontifícia Universidade Católica do Chile e à Fundação para a Confiança por terem criado um centro cujo objetivo é prevenir o abuso sexual e reparar os danos causados às vítimas.
Trata-se do Centro de Investigação do Abuso e Adversidade Precoce “Cuida”. Sua finalidade é trabalhar a prevenção do abuso sexual e reparação às vítimas em três áreas de pesquisa: o impacto da adversidade precoce na saúde; contexto social e institucional de abuso infantil com foco no clerical e prevenção de adversidade precoce.
O Papa agradeceu a iniciativa através de uma mensagem de vídeo e disse que Cuida “não é apenas para cuidar dos vários problemas de prevenção de abusos, mas também de pesquisa, para buscar políticas que salvem cada vez mais crianças de todos os tipos de abusos, de tudo o que é manipulação, que de alguma forma destrói seu coração”.
“Vocês, com todas as ciências auxiliares que vão utilizar aqui, estão focando no coração das crianças. Cuida, linda sigla”, porque “cuida do coração das crianças com ternura”, acrescentou.
Além das instituições envolvidas e das pessoas que elaboraram o projeto, Francisco agradeceu também ao Administrador Apostólico de Santiago, Dom Celestino Aós, por sua “capacidade paterna de acolher e levar adiante procedimentos desse tipo, de construção da ireja particular”.
A cerimônia de lançamento de Cuida foi realizada na quarta-feira, nas dependências da PUC, e contou com a participação dos denunciantes de Fernando Karadima e dos gerentes da Fundação para a Confiança James Hamilton, José Andrés Murillo e Juan Carlos Cruz, do reitor da PUC, Ignacio Sánchez, da psicóloga e diretora executiva de Cuida, Pía Santelices, entre outros.
Com dez anos de experiência no assunto, a acadêmica da PUC, Santelices, disse ao jornal ‘El Mercurio’ que estão “muito interessados em reparar uma experiência traumática que muitas crianças e adolescentes tiveram relacionada à Igreja”. “Há um dever da universidade em assumir a responsabilidade e dar uma resposta”.
Por sua vez, Hamilton explicou que Cuida surgiu após vir à luz “essa realidade que estava acontecendo no país e no mundo inteiro”.
Devido ao grande número de casos que chegam à Fundação para a Confiança, a diretoria elaborou uma instância para tratar da reparação, prevenção e restabelecer a confiança com a Igreja, pois “não é possível estar toda a vida em oposição, em desconfiança total, não se pode generalizar um mal”.
Desta forma, Cuida avança “para a reparação e prevenção do abuso, tanto no âmbito dos familiares ou próximos, onde 70% ou 80% dos abusos ocorrem, como em instituições e credos”, acrescentou.