A Fundação Pontifícia Ajuda à igreja que Sofre (ACN) afirmou que a libertação de Asia Bibi e sua chegada ao Canadá é “um motivo de esperança para muitos outros cristãos que são injustamente acusados pela lei de blasfêmia”.
Javier Menéndez Ros, diretor da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre na Espanha, assegurou ao Grupo ACI que a libertação de Asia Bibi e sua chegada ao Canadá é “uma notícia muito boa”.
“É um símbolo do triunfo difícil, de viver em condições difíceis, duras, por quase 10 anos em prisões paquistanesas por causa de uma acusação e condenação injustas e é o triunfo de tantas pessoas que estão neste mesmo caminho no Paquistão. Por isso, é motivo de esperança para muitos outros cristãos que são injustamente acusados pelas leis da blasfêmia”, indicou ao Grupo ACI.
O caso de Asia Bibi atraiu a atenção da mídia, mas atualmente há mais de duas mil pessoas no Paquistão acusadas de blasfêmia e em condições semelhantes às sofridas pela mãe católica.
Nesse sentido, Menéndez Ros afirmou que anualmente há “70 ou 80 pessoas, de qualquer religião, ainda que os cristãos sejam a maioria, que todos os anos são acusados injustamente de blasfêmia. Muitos deles, antes do julgamento, são assassinados pelas massas radicais ou passam anos no corredor da morte ou nas prisões”.
O diretor de Ajuda à Igreja que Sofre na Espanha lembrou que “a liberdade religiosa é um ‘direito fundamental’ do qual surgem muitos outros direitos”.
“De tal modo que, quando falta o direito à liberdade religiosa, é muito frequente que falte também o direito à liberdade de expressão, à liberdade de reunião e muitos outros. No fundo, é um sintoma de que algo está dando errado nas liberdades do país”, assegurou ao Grupo ACI.
Por isso, destacou que a liberdade está sendo “sistematicamente violada a cada ano e de maneira mais notória e importante”, e isso afeta diretamente “334 milhões de pessoas que sofrem perseguição e mais 100 milhões que sofrem discriminação no mundo”.
Em outras palavras, 61% da população mundial sofre discriminação por causa de sua fé, o que, segundo Menéndez Ros, mostra que é “um direito sistematicamente violado”.
Prova disso são os atentados em série contra três igrejas e vários hotéis no Sri Lanka no último domingo de Páscoa.
“O ano de 2019, infelizmente, caminha para ser um dos anos mais trágicos em relação aos atentados contra os cristãos. Porque até agora, além do Sri Lanka, ocorreram na República Centro-Africana, nas Filipinas, na Nigéria e na Índia e em muitos outros países que desconhecemos e que deixaram muitas vítimas”, assegurou.
De fato, a Reunião das Conferências Episcopais Europeias publicou um relatório no qual se mostrou que “75% dos perseguidos ou discriminados por causa de sua fé são cristãos”.
“Esta informação foi confirmada por um relatório encomendado pelo ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, que mostrou que 80% dos perseguidos ou discriminados por sua fé são cristãos”, disse Menéndez Ros.