Coube ao bispo de Lajes (SC), dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Social Transformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentar, na primeira Coletiva de Imprensa, aos jornalistas a Mensagem aos Trabalhadores da CNBB por ocasião do 1º de Maio.
O bispo fez referência à citação bíblica dos Salmos: “Do trabalho de tuas mãos comerás, serás feliz, tudo irá bem”, que abre a nota da entidade. Para o religioso, a bíblia chama a atenção para a importância da dignidade do trabalho.
Dom Guilherme retomou a história que deu origem ao Dia dos Trabalhadores quando em 1886, na cidade de Chicago (EUA), um grupo de trabalhadores fez greve para a redução da carga horária de 17h. Estas manifestações, segundo dom Guilherme, que asseguraram que hoje os trabalhadores tenham uma carga horária diária de 8h.
Contudo, dom Guilheme apontou que muitos trabalhadores hoje, em função da crise e dos baixos salários, cumprem jornadas triplas de trabalho que superam as 8h diárias. O trabalho, segundo a doutrina social da Igreja, explicou dom Guilherme, é compreendido como uma dimensão fundamental da existência e da realização humanas. “O trabalho dignifica o ser humano. Negar o trabalho é negar um direito”.
Para o religioso, quando a primazia do trabalho é colocada em segundo plano pela política econômica e de desenvolvimento, como no caso do Brasil que visam exclusivamente o lucro, quem sofre as consequência é a população.
O desemprego no Brasil que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) atinge 13,4 milhões de brasileiros no primeiro trimestre de 2019 é uma precoupagação apontada pela nota da CNBB. Sobretudo, o desemprego entre a população mais jovem do país. Outro ponto, apontando como problemático por dom Guilherme, é a proposta de reforma política que não está pensada na ótica da garantia dos direitos dos trabalhadores.
Um outro ponto apontado pelo presidente da Comissão para a Ação Transformadora é o aumento de casos de trabalho análogo ao trabalho escravo no Brasil. “É necessário questionar a política econômica e de desenvolvimento que achata os direitos dos traballhadores”, disse.